O presidente dos EUA, Barack Obama, retomou esta quinta-feira (1 de Novembro) a campanha pela reeleição, após pausa provocada pela pior tempestade em várias gerações na Costa Leste dos Estados Unidos, enquanto as equipas de emergência lutam para chegar às áreas mais atingidas e para restaurar o fornecimento de energia a milhões de utilizadores.
Em vários pontos do Nordeste do país, proprietários voltaram pela primeira vez aos seus imóveis devastados por incêndios e inundações. As primeiras estimativas são de um custo que ronda os 15 bilhões de dólares para as seguradoras.
Pelo menos 64 pessoas morreram nos EUA com a passagem da super tempestade Sandy, que chegou à costa na noite de 29 de Outubro, depois de causar estragos no Caribe. As autoridades dizem que a contagem de mortos ainda pode subir, conforme as equipas de resgate fazem uma passagem casa a casa em cidades costeiras.
Após uma paragem de três dias, Obama retoma os compromissos eleitorais, impulsionado pelos retumbantes elogios à sua liderança feitos pelo governador republicano de Nova Jersey, Chris Christie, que sempre foi um dos seus maiores críticos.
O democrata, que aparece tecnicamente empatado com o republicano Mitt Romney nas pesquisas, passará dois dias a percorrer os estratégicos Estados de Colorado, Ohio e Nevada, enquanto seu rival irá à Virgínia. A eleição é na próxima terça-feira, 6 de Novembro.
Na quarta-feira (31 de Outubro), a bordo do helicóptero presidencial, Obama sobrevoou áreas devastadas de Nova Jersey, na companhia de Christie. “O país inteiro está a assistir. Toda a gente sabe o quanto duramente Jersey foi atingida”, disse Obama a desalojados num alojamento na localidade de Brigantine.
Em Nova York, muitos serviços ferroviários seguem paralisados, e mais de metade dos postos de gasolina na cidade e na vizinha Nova Jersey estão fechados por causa da falta de energia ou do esgotamento dos seus stocks. Os que abriram, tinham longas filas.
Sandy surgiu como uma tempestade tropical tardia no Caribe, onde matou 69 pessoas, antes de atingir a costa dos EUA nos arredores de Atlantic City, na noite de segunda-feira, com ventos de 130 km/h. A tempestade estendia-se das Carolinas a Connecticut, e foi a mais extensa a atingir os EUA em várias décadas.
As cidades litorâneas do Estado de Nova Jersey foram as mais atingidas, mas o estrago também foi grande em partes de Nova York.
A polícia disse na quinta-feira que pelo menos 34 pessoas foram mortas em Nova York, sendo 15 em Staten Island, 9 no Queens, 7 no Brooklyn e 3 em Manhattan. No bairro de Breezy Point, 111 casas foram destruídas num incêndio.
O metro de Nova York retomou parcialmente suas operações na quarta-feira, mas quatro dos sete túneis do sistema sob o rio East permanecem fechados, e não há comboios a circular em Manhattan, ao sul da rua 34, também falta a energia.
As viagens de metro estão a ser gratuitas, porque as autoridades incentivam o uso de transportes coletivos, em vez do carro. Depois de um grande congestionamento na quarta-feira, as entidades governamentais determinaram que os carros particulares só podem entrar em Nova York se tiverem pelo menos três ocupantes.
A bolsa de Nova York, que desde 1888 nunca esteve dois dias fechada por motivos de incidentes climáticos, reabriu na quarta-feira, com a ajuda de geradores. O índice futuro S&P500 operava em ligeira baixa antes da abertura do mercado na quinta-feira.
Os aeroportos Kennedy, em NY, e Newark, em NJ, reabriram com operações limitadas na quarta-feira. O LaGuardia, terceiro grande aeroporto metropolitano da região, deve reabrir na quinta-feira, também com serviços limitados.
Fonte: Reuteurs com reportagem adicional de Michael Erman, Anna Louie Sussman, Atossa Abrahamian, Chris Michaud, John McCrank e Scott DiSavino, em Nova York; Susan Heavey, em Washington; Ian Simpson, em Virginia Ocidental; e Mark Felsenthal em Atlantic City, Nova Jersey.