Em tempos de crise multiplicam-se as actividades lúdicas de norte a sul do país organizadas pelas associações de bombeiros, no sentido de angariar uns trocos para a compra de material operacional e equilibrar em alguns casos, as contas da associação.
É de salutar que: a realização destas actividades faz com que efetivamente haja uma aproximação dos elementos do corpo de bombeiros e a comunidade que servem, por outro lado, as associações de bombeiros ao estarem mais expostas mostram o seu lado mais decadente onde os recursos humanos são cada vez mais escassos, fruto da má política estrutural e das sucessivas mudanças que ao longo dos anos afetaram todas as associações de bombeiros.
O modelo de financiamento dos corpos de bombeiros aprovado pela portaria Nº. 76 de 2013, designado por Programa Permanente de Cooperação (PPC), veio ao encontro da necessidade de distribuir de uma forma justa o valor atribuído anualmente a cada corpo de bombeiros. Porem, no Programa Permanente de Cooperação existem critérios que vem ao encontro da extinção de corpos de bombeiros, e disso meus amigos, não tenho a menor dúvida.
Sou particularmente um defensor da qualidade dos serviços, logo, não podia estar mais de acordo com a estratégia de quem tenta saber, quais são os corpos de bombeiros que justificam a razão da sua existência. No entanto, devo confessar que, o que me assunta é suspeitar da extinção de corpos de bombeiros localizados em sede de concelho pela escassez de recursos humanos, que, como é sabido, é um dos critérios definidos na demais legislação em vigor para o financiamento e ao mesmo tempo extinção de corpos de bombeiros. Quem sabe não seja esta uma estratégia a pensar na futura agregação de concelhos!
Bom, mas para concluir este momento de reflexão, enquanto uns andam a contar os trocos e à procura de homens e mulheres para abraçarem a causa do voluntariado, outros esbanjam dinheiro na compra de veículos desvirtuados da sua realidade operacional, dado que, a mentalidade destes pseudo ricos é a de ter um parque automóvel topo de gama, pois para muitos isso ainda é sinónimo de qualidade, mas sabe Deus o que lá vai entre portas.
Quero crer que esta fase é apenas a passagem de mais um ciclo da vida destas associações, pelo menos, assim reza a história.
Até à próxima,
Sérgio Cipriano