1. Às portas de mais uma actividade formativa ao nível do combate aos incêndios florestais (informem-se sobre a 6.ª Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão), a pergunta que orienta esta reflexão é esta: “O que mudou nos últimos seis anos?”
Todos temos consciência de tudo aquilo que era inoperante, arcaico ou mesmo inexistente, mas estaremos hoje melhor preparados? Penso que não. Apesar de termos procurado fornecer às corporações um sem número de equipamentos realmente úteis, parece-me que estamos a falhar em algo que é o mais importante: a formação intelectual. Não, não defendo que se formem mentes brilhantes ou que se transformem os bombeiros em escolas contínuas, onde o mais importante seja sentar os homens e “espetar-lhes” com “carradas de teoria”. O que defendo é que de uma vez por todas se ofereça aos homens o conhecimento prático de alguns dos perigos que o combate encerra.
2. Sim, custa-me ouvir falar em camaradas que morrem ou que ficam gravemente feridos em acidentes semelhantes ao de Famalicão. Tudo temos feito, ano após ano, para conseguir passar uma mensagem extremamente prática sobre o fenómeno que causou um acidente que, penso que muitos já se terão esquecido, matou seis homens. Ano após ano, outros camaradas têm perecido em acidentes semelhantes e com consequências igualmente nefastas para as famílias e para as suas corporações. É altura de voltar a falar e de voltar a alertar e de voltar a mostrar e de voltar a colocar na “boca do país” o como, o porquê e o quando é que estas situações surgem ou podem surgir. Por favor, peço-vos, informem-se, aprendam e não se esqueçam de exigir. É só isso que desejo.
3. Agora, olhos abertos, mente limpa e espírito de sacrifício, pois as pessoas precisam de nós!
Guarda, 9 de Julho de 2012
Daniel António Neto Rocha