
Falar de auto-estima é compreender a harmonia e o bem-estar físico e mental. É sobretudo ter a ousadia na promoção de um ambiente agradável, onde haja respeito. Desta forma, nada mais pertinente do que contar um episódio da minha vida, que poderá ser fonte de inspiração e motivação para todos.
Um dia estava eu sentado com um outro bombeiro, quando este se mostrava radiante, pois tínhamos vindo de um serviço de emergência pré-hospitalar, no qual era o graduado. Como ele era novo no corpo de bombeiros, perguntei-lhe por que razão havia optado por fazer voluntariado no corpo de bombeiros, para além do seu trabalho. A resposta foi que no seu trabalho, não o respeitavam como pessoa. Apesar do seu esforço e dos bons resultados aí alcançados, nunca recebeu qualquer gesto de reconhecimento por parte dos seus superiores.
– Isto aqui é diferente – dizia ele – Sinto-me valorizado e as pessoas reconhecem o meu trabalho. Se cumprirmos com aquilo que nos for colocado, somos elogiados. Se não cumprirmos, somos incentivados a melhorar o nosso desempenho de forma a cumprir melhor com a tarefa que da próxima vez nos for colocada. Por isso, estou feliz aqui, quero dar mais de mim, cada vez mais, pois será bom para mim e para todos os cidadãos.
Depois do que ele me disse, fiquei a pensar: todos queremos um pouco de respeito, todos temos necessidade de ser vistos e compreendidos pelos outros. E a verdade é que nenhum superior obterá bom desempenho dos seus subordinados tratando-os com hostilidade, desprezo e falta de respeito.
Foi desta forma simples que compreendi o poder que temos de influenciar o comportamento e a saúde dos subordinados, ou seja o equilíbrio harmonioso e o bem-estar físico e mental.
Luís Miguel Afonso Andrade