
Ainda estou consternado com a notícia do falecimento do Fernandes Rodrigues. Acabei de saber que o bombeiro de Viatodos que salvou uma criança de 4 anos, que caiu de uma varanda do 4º andar, em Barcelos, em 22 de Setembro de 2010, morreu, ontem (dia 21 de Agosto de 2013).

Na altura, fiz uma reportagem, para a edição de Outubro, do jornal Bombeiros de Portugal, – com o meu camarada Rui Tomás – sobre o feito deste bombeiro. Intitulei o trabalho de “O meu herói” porque houve duas crianças que se referiram a Fernando Rodrigues, de 35 anos, como herói. Uma foi a própria filha, de cinco anos, que com orgulho o disse aos colegas da escola; a outra foi a menina de quatro anos que salvou após uma queda de um quarto andar”. Vi as meninas brincarem uma com a outra e conheci a esposa Belmira Reis, com quem estava casado há 10 anos, também ela era bombeira de 3.ª nos Voluntários de Viatodos e com muito orgulho no marido.
Praticamente três anos depois, Fernandes Rodrigues sucumbiu a um cancro galopante, na Suíça, onde estava emigrado há cerca de um ano e meio.
Na reportagem disse que se sentia muito bem por ter salvo uma vida, e recordou o seu primeiro serviço de emergência nos bombeiros, “há 14 anos. Foi logo uma paragem cardíaca, em Gondifelos. Íamos três, mas o senhor não recuperou. Foi o oposto desta alegria de ter conseguido”.

Hoje, sinto eu uma tristeza imensa por este herói ter falecido. Bem como me dói a morte de todos os que vestem uma farda e lutam por um bem comum.
Às suas famílias, amigos e camaradas apresento os meus sentimentos.
E quando se ouvir o toque do silêncio e/ou a sirene “chorar” que nos faça sentir a inevitável tristeza de perdermos mais um, mas também o brio de fazemos parte desta grande família.
João Paulo Teixeira