
Cerca de uma dezena de bombeiros da corporação de Paço de Arcos protestaram, esta sexta-feira, contra a desativação do espaço, quando os serviços administrativos da Câmara de Oeiras tomavam posse do imóvel.
Desde 2008 que os bombeiros de Paço de Arcos têm um novo quartel, mas as antigas instalações continuavam a ser ocupadas.
No dia em que a Câmara de Oeiras tinha determinado desativar definitivamente as velhas instalações dos Bombeiros de Paço de Arcos, elementos da corporação que lá se encontravam, cerca das 08.00 horas, recusaram sair do quartel, em protesto.
A chegada da polícia municipal, da PSP e de técnicos da autarquia fizeram com que os bombeiros resistentes cedessem e, ao fim de duas horas, começaram a retirar material das instalações até que as portas do quartel fossem soldadas e encerradas definitivamente.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários de Paço de Arcos, Tiago Fernandes, explicou que se tratou de uma “cedência forçada” e acusou a Câmara de Oeiras de “arrogância e prepotência”.
“Tivemos de sair à força, porque a nossa vontade era lá ficar e impedir que o quartel fosse desativado, mas disseram-nos que, se não saíssemos, incorríamos em desobediência com a polícia. Então, acabámos por ceder”, adiantou o responsável.
Tiago Fernandes sublinhou que a associação interpôs uma providência cautelar em tribunal, para impedir que as instalações fossem desativadas e que “a Câmara não tem razão” em despejar os bombeiros daquele quartel.
“Nós temos direito de superfície até 2032. Temos aqui imensos serviços essenciais para prestar socorro às pessoas e isto trata-se de uma demonstração de força da Câmara que compromete a nossa missão. Não faz sentido quererem tirar-nos daqui para deixar este espaço fechado”, sublinhou.
Desde 2008 que os bombeiros de Paço de Arcos têm um novo quartel, mas as antigas instalações continuavam a ser ocupadas pela corporação para funcionamento de um centro clínico, oficina para reparação de ambulâncias, guardar as embarcações de socorro náutico, salas de formação e espaço de convívio dos sócios.
Contrariamente do que diz a associação, fonte da Câmara de Oeiras disse à agência Lusa que o direito de superfície já caducou há muito tempo. “A propriedade regressou para a posse da Câmara, que está no seu pleno direito de fazer o que quiser deste espaço. Nunca quisemos que fosse desta forma”, disse.
A mesma fonte adiantou que os bombeiros receberam várias notificações para saírem das instalações. A última foi em dezembro de 2015, a dar um período de 30 dias para desocuparem o quartel.
“Não respeitaram e, por isso, a Câmara avançou na mesma com o ato de posse, agendado para hoje. Sobre a providência cautelar, até hoje não recebemos nenhuma notificação judicial”, frisou.
Ainda sem destino definitivo, o antigo quartel ficará sob gestão da União de Freguesias de Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias, sendo que, segundo a autarquia, serão mantidos alguns espaços, como o posto médico.
Fonte: Jornal de Noticias