O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, garantiu este domingo que haverá “um programa acelerado de renovação das ambulâncias”, admitindo que estão obsoletas. No encerramento do congresso nacional da Liga de Bombeiros Portugueses, em Gondomar, assegurou também que não vai “mudar de ideias” sobre o Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM) e destacou que, em 2022, mais de 80% dos serviços de emergência médica que exigem acionamento de suporte básico de vida foram feitos por meios das corporações.
Começando por registar que, “pela primeira vez, um ministro da Saúde vem ao congresso dos bombeiros”, disse esperar que isso se torne “uma tradição” no Governo.
Em relação à dimensão de emergência médica, garante que não “há nenhum estado de alma no Ministério da Saúde e no INEM”. “Nós construímos este Sistema Integrado de Emergência Médica em conjunto”, continuou, notando que mais de 90% da participação dos parceiros do Estado neste sistema é dos bombeiros.
“Temos construído ao longo das décadas o SIEM e não vamos mudar de ideias em relação a um sistema face ao qual os portugueses têm razão para se sentirem protegidos e seguros”, e o país “orgulhoso”, assegurou o ministro, apesar das críticas de que o sistema é alvo pelos bombeiros.
Em 2022, “mais de 80% dos serviços de emergência médica que exigem acionamento de suporte básico de vida foram feitos por meios das corporações de bombeiros”, adiantou Manuel Pizarro, dizendo que isso “exprime bem a forma integrada como esse sistema tem de funcionar”.
Manuel Pizarro assumiu o compromisso de manter e aprofundar o “diálogo estreito” com os bombeiros, ao nível do Governo, do INEM e da Direção Executiva do SNS.
Mais 74 postos de emergência do que em 2017
Destacou que, de 2017 a 2019, houve um grande esforço de renovação da frota, 187 ambulâncias foram renovadas. Foi então que reconheceu que a rede sofre de um problema de “obsolescência”, conforme tem denunciado a Liga, e que adiantou que o Governo promoverá “um programa acelerado de renovação das ambulâncias”, para qualidade e conforto no socorro e para a segurança que é preciso assegurar para utentes e bombeiros.
Quanto aos postos de emergência médica, passamos de 305 postos em 2017 para 379 este ano, destacou o ministro. Em seis anos, são mais 74 postos.
Admitiu depois que é preciso tratar “com maior profundidade o tema do financiamento”, mas num quadro a médio prazo.
Entre 2019 e 2022, o financiamento do INEM às corporações aumentou de 35,3 para 53,6 milhões de euros, disse o ministro da Saúde, falando de “um aumento de 53%”. Admitiu que, perante a subida dos custos nas corporações, ao agravamento do preços dos combustíveis, ao aumento de viaturas, de remunerações dos profissionais e de serviços, “claro que a despesa tem de aumentar”.
“Melhorar justiça da despesa pública”
No setor de transporte de doentes não urgentes, diz que merece reflexão e é também uma área em que a despesa pública tem crescido muito: “entre 2019 e 2022, aumentou 30% para 173 milhões de euros”. Mas ressalvou não ter dados desagregados com informação apenas sobre os bombeiros.
“Todos sabemos que uma parte enorme deste serviço de transporte de doentes não urgentes é feita pelos bombeiros e felizmente que é assim”, continuou. “Temos agora que conseguir que isso seja feito de forma mais simples e conseguir melhorar a eficiência do vosso lado e a justiça da despesa pública do vosso lado” para que possa evoluir, sublinhou Pizarro.
Já em declarações aos jornalistas, disse que “felizmente o tema do financiamento é hoje menos candente do ponto de vista dos bombeiros do que era há uns meses atrás” porque o Ministério da Saúde “fez um grande esforço de eliminação dos pagamentos em atraso”.
“Hoje posso dizer, com quase toda a segurança, que não há pagamentos em atrasos das diferentes instituições do SNS aos bombeiros”, prosseguiu o ministro.
Fonte: Jornal de Noticias