Um incêndio destruiu quinta-feira à noite parte da antiga Saboaria Confiança, em Braga, onde a autarquia pretende instalar um hotel, um museu da indústria bracarense, comércio e restauração, uma vez terminado o processo de expropriação do edifício.
Fonte dos Bombeiros Sapadores de Braga confirmou à Lusa que o alerta foi dado às 22:15 e que o fogo foi dado como extinto às 23:20, tendo acorrido ao local duas viaturas e nove homens da corporação.
O processo de expropriação do edifício, por 3,675 milhões de euros, está ainda a decorrer, depois de vários avanços e recuos nas negociações entre a Câmara Municipal de Braga e os proprietários da Confiança, negócio que levou mesmo o Bloco de Esquerda a apresentar uma queixa no Ministério Público.
Segundo os bombeiros, «o fogo destruiu parte do edifício, nomeadamente o soalho e uma parte do teto».
A Fábrica Confiança foi notícia nos últimos meses devido ao processo de compra da Saboaria pela autarquia, negócio que rondava os 3,5 milhões de euros, valor contestado pelo Bloco de Esquerda, que afirmou, à data, que várias perícias feitas ao imóvel indicavam o valor de 1,2 milhões de euros como «justo».
Segundo o BE, em 2002, os antigos donos da fábrica venderam à empresa Urbinews, por 1,9 milhões de euros, os terrenos que faziam parte da fábrica, um lote urbano com uma área superior a 21 mil metros quadrados.
«Agora, a Câmara quer comprar pouco mais de seis mil metros quadrados daquele terreno por 3,5 milhões», apontou o Bloco.
A proposta de aquisição foi apresentada pelo líder da oposição na Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio (PSD) e pelo vice-presidente da autarquia, Vitor de Sousa (PS), que lideraram também a negociação com os proprietários, e justificada com o «manifesto valor histórico» do complexo.
No entanto, depois da polémica à volta do valor que a autarquia se dispôs a pagar pelo edifício (3,5 milhões de euros), os proprietários voltaram atrás com a justificação de que o negócio havia deixado de ser «rentável» e gerado «interesse mediático negativo».
O presidente da Câmara Municipal de Braga, Mesquita Machado, decidiu então avançar com a expropriação do imóvel, baseada no «interesse público», a 01 de março de 2012.
Ainda antes da opção por expropriar os proprietários da Confiança, foi lançado um concurso de ideias para recuperar e reutilizar a antiga saboaria, tendo ganho as propostas que incluíam a instalação de um hostel, um museu da indústria bracarense, comércio, restauração, um minicentro de Ciência Viva e um ninho de empresas no complexo.
FONTE: TVI24