Correio da Manhã – O que está a falhar nos bombeiros?
Fernando Curto – Há uma grande desorganização. Neste momento há um número muito reduzido de bombeiros no activo. Em Lisboa, onde deveria haver 1200 bombeiros profissionais, há apenas 700, o Porto deveria ter entre 350 e 400 e só há 200. O mesmo acontece em Coimbra e Setúbal.
–Como é que a ANBP pensa combater essa lacuna?
– Estamos a pensar pedir ao Governo um regime de excepção nas câmaras municipais para que possam admitir novos bombeiros. Devia haver uma reorganização do financiamento na área da Protecção Civil.
–Deve apostar-se mais na prevenção?
– A questão é que há uma balança desequilibrada. Aposta-se tudo no combate, mas não se aposta na prevenção. O que aconteceu no Algarve, por exemplo, foi uma má mobilização de meios materiais e humanos. Tivemos relatos de fogos que passaram de um lado para o outro com bombeiros a intervir.
– A formação é o problema?
– Talvez seja má formação. Há que profissionalizar mais, porque a formação é insuficiente. A Escola Nacional de Bombeiros não prepara a formação que se exige aos próprios bombeiros no terreno.
FONTE: CM