
Quantos de vós não pensaram um dia: “quando for grande quero ser bombeiro!”? Estou certo que muitos de vós o pensou.
O sonho que em criança vos invadia a mente tornou-vos heróis anónimos.
Penso não estar muito longe da verdade, se afirmar que muitos daqueles que hoje são políticos, engenheiros, doutores, entre outras profissões, a dada altura das suas vidas, principalmente quando crianças ou adolescentes, também quiseram ser bombeiros, pela bravura, pela coragem e pela abnegação que os bombeiros portugueses têm demonstrado ao longo da sua História.
A verdade é que qualquer sociedade, por mais evoluida que seja, carece da existência da figura do Bombeiro. No entanto, o que se observa hoje em dia é que, por diversos motivos, nomeadamente a evolução do estilo de vida da sociedade portuguesa, são cada vez menos aqueles que sonham vir a ser bombeiros.
Na verdade, os bombeiros, tal como hoje os conhecemos, não entusiasmam os mais novos, uma vez que, desde pequenos, são formatados para serem médicos, engenheiros, ser isto ou ser aquilo.
A ideia mais comum e generalizada é a de que para se ser bombeiro, na verdade, basta não se ter nada que fazer, ter o 12º. ano e vontade de agarrar numas mangueiras. Estou a exagerar, claro, e a apresentar uma caricatura do atual estado das coisas, para vos deixar com o coração na boca, para vos despertar a mente e para vos anunciar que sois todos culpados do atual estado em que nos encontramos.
Os bombeiros portugueses não lutam pela semiprofissionalização da classe, não lutam pela sua autonomia, não sabem comunicar e estão reféns de instituições e mais instituições. Tal facto prejudica gravemente a sua evolução, contribui para o não despertar do sonho de ser bombeiro, prejudica a humanidade!
Os que no passado sonharam alguma vez ser bombeiros e que o são, devem pensar fora da caixa, não devem permitir que outros pensem por si, devem dignificar a classe porque só assim será possível continuar a alimentar o sonho de criança.
Sonhar faz parte da vida do ser humano, por isso, quando for grande quero ser bombeiro!
Um abraço e até breve!
Sérgio Cipriano