Numa semana ardeu o equivalente ao tamanho do concelho de Beja em resultado das condições climáticas extremas.
No espaço de uma semana, em setembro do ano passado, arderam em Portugal 110 mil hectares, o equivalente à dimensão do concelho de Beja. Os incÊndios florestais desse período representaram um quarto do total anual de área ardida na Europa, revelou o relatório ‘Estado do Clima Europeu 2024’, ontem publicado.
As condições climáticas extremas são apontadas como uma das principais causas para a vaga de incêndios, flagelo que no último ano afetou cerca de 42 mil pessoas na União Europeia.
O calor intenso significou, em média, “quase um mês de, pelo menos, ‘stress’ térmico forte e cerca de 12 noites tropicais”, indica um comunicado do Copernicus sobre o relatório. Adianta ainda que ‘stress’ térmico acontece quando a capacidade de o corpo humano regular a sua temperatura é dificultada pelas condições ambientais, demasiado quentes ou frias.
Foram calculados em 18,2 mil milhões de euros os prejuízos causados o ano passado na Europa por fenómenos meteorológicos extremos (13,4 mil milhões em 2023), 85% dos quais atribuídos a inundações.
No esforço para travar o aumento das temperaturas a União Europeia promove o uso de energias renováveis para reduzir as emissões de gases com efeito estufa, emissões que conduzem ao calor intenso. Nesse esforço as energias renováveis representaram 45% da produção de eletricidade em 2024, quando no ano anterior valeram 43%.
Fonte: Correio da Manha | Jornalista João Saramago