Os atrasos no pagamento dos serviços de transporte de doentes está a privar a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Viseu de 80 mil euros.
A situação foi hoje lamentada por Carlos Costa, presidente da Associação.
“São cerca de 80 mil euros que devíamos ter recebido e não recebemos. O atraso médio é de cerca de oito meses”, disse o dirigente, durante a conferência de imprensa de apresentação do programa comemorativo do 131.º aniversário da associação, que inclui uma gala de cariz solidário, que se vai realizar a 1 de abril.
Segundo Carlos Costa, a saúde financeira da associação depende muito da regularização de dívida por parte das instituições para as quais os bombeiros prestam serviços de transporte de doentes. “É daí que vem cerca de 50% das nossas receitas. Representa as despesas que temos com pessoal, porque isto é uma associação de bombeiros voluntários, mas tem profissionais, cerca de 25 pessoas contratadas, a quem é preciso pagar todos os meses”, disse.
O responsável contou que os hospitais, as Administrações Regionais de Saúde e o Instituto Português de Oncologia referem que “vão pagar cada vez mais tarde, porque as transferências do Estado também andam atrasadas para eles e não podem fazer milagres”.
“Quem está no fim desta cadeia é que acaba sempre por sofrer e ter que ter arcaboiço ou operações financeiras para fazer face a estes atrasos”, lamentou.
Carlos Costa apelou à participação na III Gala dos Bombeiros Voluntários de Viseu, que inclui um jantar dançante solidário, sendo as verbas angariadas muito importantes para o trabalho da corporação.
No ano passado, participaram 600 pessoas na gala, tendo sido angariados cerca de cinco mil euros, que serviram para pagar duas prestações de um empréstimo feito para a compra de material de desencarceramento. Este ano, a associação gostaria de ter na gala entre 800 e 900 participantes.
A falta de dinheiro levou a associação a deixar na gaveta alguns projetos, como o de um parque de viaturas novo e o de mais espaço para formação. “Tínhamos um projeto já aprovado na Câmara no sentido de ampliar um bocadinho o nosso quartel para albergar mais de camaratas, por causa dos picos dos incêndios no verão, e para ampliar a sala de refeitório”, referiu Carlos Costa, contando que no verão não tem onde sentar à mesa os bombeiros de outras corporações que ajudam Viseu a combater os incêndios. Para estas obras, seriam necessários cerca de 250 mil euros, estimou.
O 131.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Viseu tem iniciativas previstas para os dias 18, 25 e 26 de março, além da gala no dia 01 de abril.
Jornal do Centro