O comandante dos Bombeiros Voluntários do Estoril disse, esta terça-feira, que Bernardo Figueiredo, que morreu esta madrugada na sequência do combate ao incêndio no Caramulo, tinha uma formação “muito acima da média” no combate a incêndios florestais.
“Era uma pessoa que estava preparada em termos de formação, fisicamente [estava] extremamente apto. Uma pessoa com um nível operacional muito acima da média”, afirmou Carlos Coelho, à Lusa, a propósito da notícia da morte de Bernardo Figueiredo, bombeiro daquela corporação.
O comandante referiu que Bernardo, de 23 anos e que estava no corpo de bombeiros dos Voluntários do Estoril há cinco anos, “fez o seu percurso como recruta na escola para bombeiro de 3.ª”.
“Após isso fez uma formação diferenciada, nomeadamente de grupos de 1.ª intervenção de combate a incêndios florestais”, disse.
Bernardo Figueiredo ficou ferido durante o incêndio na Serra do Caramulo na passada quinta-feira. O bombeiro acabou por morrer esta madrugada no Hospital de São João, no Porto, onde estava internado.
No mesmo incêndio morreu uma outra bombeira, Ana Rita Pereira, de 24 anos, dos Bombeiros Voluntários de Alcabideche.
“Infelizmente não foi possível evitar as mortes da Rita e do Bernardo”, lamentou Carlos Coelho.
Isto porque, “infelizmente, o comportamento do fogo não é o comportamento de uma ciência exata”.
“Há diversas condicionantes, desde a morfologia do terreno até às condições climatéricas que estavam no local. [Neste caso], essencialmente uma mudança de vento brusca, por aquilo que dá a entender”, referiu.
O comandante não considera que haja falta de condições no combate aos fogos florestais.
“A função de bombeiro é uma função de risco, desvalorizada possivelmente por grande parte da sociedade, mas é extremamente arriscada. E face ao número de ignições que tem havido nos últimos tempos, incêndios com comportamentos extremamente diferentes do que por vezes nós temos encontrado, pode levar a que haja comportamentos em que nada é previsto”, disse.
Carlos Coelho garante que “faz-se, como é óbvio, o máximo”.
“Nós dotamos os bombeiros de equipamento necessário. Mas, por vezes, não é suficiente”, lamentou.
FONTE: JN