As palavras são do Comandante distrital de operações de socorro de Viseu, Lúcio Campos, que assegurou hoje que “os meios humanos e materiais do distrito estão em bom nível”, embora tenha admitido algumas dificuldades no recrutamento de bombeiros.
“É evidente que os meios humanos e materiais são um bocadinho melhores em alguns corpos de bombeiros do que noutros, mas em termos de números o distrito tem 33 corporações. Somos o terceiro distrito em termos nacionais, a seguir a Lisboa e Porto”, afirmou.
Lúcio Campos falava no colóquio “A Proteção Civil, Fogos Florestais e a Comunidade”, a decorrer hoje em Viseu, e no qual informou que o distrito tem um total de 2.033 bombeiros, além de 1.500 reservas e perto de mil potenciais bombeiros em formação. Contabiliza ainda um total de 419 veículos e cinco meios aéreos.
Apesar de sublinhar que o número de meios humanos e materiais estão “em bom nível”, admitiu que tem havido algumas dificuldades para recrutar bombeiros.
“As dificuldades não são tanto em recrutar jovens bombeiros, mas há muitos que acabam por pedir a reserva por não terem condições económicas para continuar, face à crise que o país atravessa”, afirmou, no colóquio promovido pelo CDS-PP local.
Lúcio Campos sublinhou que “ser bombeiro é uma paixão”, mas que para os voluntários traz alguma instabilidade económica.
“As pessoas têm de encontrar soluções e em primeiro [lugar] está a sua sobrevivência e a das suas famílias. Por isso muitos bombeiros estão a emigrar. Mesmo sazonalmente, na altura da apanha da maçã, tivemos corpos de bombeiros que perderam alguns elementos”, revelou.
Na sua opinião, a crise acaba também por se refletir na altura das doações, que são cada vez mais reduzidas.
Lúcio Campos aproveitou a ocasião para recordar o “período negro” que se viveu no último verão, em que se registaram 592 ocorrências entre os dias 20 de agosto e 04 de setembro.
“Este é um número perfeitamente anormal e por melhor que seja o dispositivo, é impossível dar uma resposta adequada a um número tão grande de ocorrências. Não há dispositivo que resista”, defendeu.
Lúcio Campos considerou, no entanto, que a resposta dada, num distrito onde arderam cerca de 40 mil hectares, “foi excelente”, mesmo tendo em conta o desgaste físico, psicológico e material enfrentado.
(Fonte: Notícias ao Minuto)