Mais de uma centena de bombeiros sapadores participaram hoje numa manifestação, chegando por volta das 11:00 à Assembleia da República, após um percurso a pé por Lisboa ao som de cânticos de Natal.
Durante o protesto, deixaram presentes de Natal em frente ao parlamento, como forma de chamar a atenção para as suas reivindicações.
O protesto teve início por volta das 9:00, no Terreiro do Paço, com os manifestantes, em grande parte usando barretes de Pai Natal e camisolas negras com as inscrições “sem risco” e “#sapadores em luta”. Eles seguiram até à Assembleia da República, passando pela Câmara Municipal de Lisboa, onde deixaram alguns presentes, sublinhando as razões da manifestação, como a exigência de disponibilidade permanente e a criação de um subsídio de risco de 50 euros.
Ao longo do trajeto, os manifestantes cantaram músicas natalícias com a ajuda de um megafone, interrompidas por gritos de “sapadores em luta”. Na Praça Luís de Camões, entoaram a canção “A Todos um Bom Natal” e gritaram “Sapadores”. Em seguida, ajoelharam-se durante um minuto de silêncio em homenagem aos bombeiros que morreram no cumprimento do dever.
Acompanhados pelas suas famílias e algumas crianças, e seguidos de perto pela polícia, os bombeiros ainda pararam no quartel dos sapadores, na Avenida Dom Carlos I, para cumprimentar os colegas de serviço.
Este protesto surge na sequência da luta dos bombeiros sapadores pela valorização da sua carreira, que, segundo alegam, não é revista há mais de 20 anos. Reivindicam também o aumento de subsídios, como o subsídio de risco. O Governo suspendeu recentemente as negociações com a classe, acusando os bombeiros de exercerem pressão ilegítima, depois de um protesto anterior que incluiu petardos, tochas e fumos perto da sede do Governo.
Embora os bombeiros sapadores sejam funcionários das autarquias, a sua carreira é regulada pelo poder central, o que complica as negociações. O Governo tem insistido que não existem condições para retomar as negociações, recusando-se a dialogar com o sindicato sob coação e face ao que classifica como comportamentos ilegais.
O Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS) já agendou uma greve nacional para 15 de janeiro e uma manifestação junto à Assembleia da República.