Neste primeiro texto de 2013, certamente que poderia dissertar sobre as “mudanças” que ocorreram na estrutura da Dirigente ANPC, ou nas mudanças que ocorreram na estrutura de comando operacional ao nível nacional ou distrital, das promessas de regalias aos bombeiros voluntários, sempre na estranha razão de “pague três, leve dois”, nas promessas de preocupação pela saúde dos Bombeiros Voluntários, da continuidade bolorenta, salazarenta com ligeiros travos a naftalina da estrutura Dirigente e/ou Operacional dos Bombeiros Voluntários, dos grandes aumentos de 16 cêntimos por hora para o pessoal do DECIF 2013, para a continuidade dos sacos azuis, encarnados, pretos, amarelos etc.
Mas atendendo às notícias de hoje, em que segundo os Órgãos de Comunicação Social o Ministério da Administração Interna prepara-se para “reorganizar” a estrutura operacional da ANPC, assim mantendo-se os 5 lugares Nacionais, os 18 lugares de CODIS, os 18 lugares de 2º CODIS e acabando os 10 Adjuntos Distritais!
No entanto criam-se mais 5 regiões “supra-distritais” que correspondem a agrupamentos de distritos e que ficaram hierarquicamente acima do nível distrital, sendo que desses 5 novos patamares existe um que a ser verdade deverá ser alvo de estudo, pois este agrupamento de distritos é somente constituído pelo distrito de Faro, ou seja a partir de um futuro próximo o trabalho que até agora era feito por 3, passará a ser feito por 4, mas que irão ganhar mais que os anteriores três.
Sendo sui generis e desafiante alguém me tentar explicar como é que um agrupamento é constituído unicamente por um elemento, matematicamente é coisa para nobel, no entanto penso que seja uma coisa básica para um político mediano com formação em direito ou algo parecido.
Outra coisa que me desperta a curiosidade é o porquê de Faro?
Será por ser já “quase Africa”?
Será por alguma característica orográfica?
Será pela sua independência operacional?
Será por ser uma reserva táctica do Comando Nacional?
Será por ser qual “Castel Gandolfo” CONAC emérito?
Pois sinceramente e após reflexão cheguei a uma conclusão óbvia, “só sei que nada sei”!
Uma coisa é muito fácil perceber, matematicamente é claro, não vai haver qualquer poupança para o erário público e duvido, mas muito sinceramente duvido que venha a haver algum ganho operacional com esta “revolução”.
A lógica mandaria acabar com os distritos (CDOS) de uma vez por todas e recorrendo às áreas definidas pelas NUTS II, ou seja Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve, montar uma estrutura que Coordenasse a actividade de Protecção Civil Municipal em caso de acidente grave ou catástrofe, deixando para os Bombeiros a actividade operacional de primeira linha, tal como se deixa a actividade operacional no âmbito da segurança interna para as Forças de Segurança e a coordenação e supervisionamento da actividade EPH para o INEM.
De uma vez por todas entendam que a base da Protecção Civil está nos Municípios, cabendo a estes a mitigação, planeamento, recuperação e reabilitação, dando também suporte logístico ou outros aos Agentes durante a resposta.
São os Municípios que têm “mão-de-obra” para as operações, como tal são estes que devem suportar as mesmas, cabendo ao nível “superior” a coordenação destes em caso de manifesta necessidade, pois acima dos Municípios só o nível nacional tem capacidade de projectar meios.
A verdade é que infelizmente se continua a vender “gato por lebre”, se continua a querer vender uma realidade que não existe, se continua a proclamar aos sete ventos que na segurança não deve haver cortes…
Mas até posso concordar com a questão de não haver cortes, mas dai até se passar para o esbanjar, vai uma enorme quantia de dinheiro. Continuamos a viver acima das posses, continuamos a nos comportar como novos-ricos bacoucos e rurais, continuamos a apostar nas formas e a esquecer os conteúdos, continuamos a viver de aparências…
Assim não iremos lá, continuamos a ver poucos a ganhar muito, que depois exigem de muitos que ganham pouco ou nada, continuamos a ver caciques que se imaginam donos do “mundo” a gerir as casas do colectivo, como se suas fossem, tirando somente proveitos para si e tentando ignorar aqueles que lhes servem de razão da sua existência…
Infelizmente continuamos com mais do mesmo…