Cerca de uma centena de habitantes e de autarcas de Trancoso manifestaram-se hoje contra a saída, do centro de saúde local, da ambulância do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) que prestava serviço à população desde 2008.
Durante a concentração realizada junto das instalações do centro de saúde, o presidente da Câmara Municipal, Amílcar Salvador (PS), disse ter tido conhecimento, na quinta-feira, pela diretora regional do INEM do Centro, que a ambulância seria hoje retirada por o concelho possuir corpo de bombeiros. “Eu creio que é, de facto, mais uma machadada no interior. Isso revolta-nos e o município não podia ficar impávido e sereno perante uma situação desta gravidade”, declarou o autarca aos jornalistas, justificando a ação de protesto. Amílcar Salvador mostrou-se preocupado com a decisão do INEM, alegando que o concelho “tem uma área geográfica muito grande, as distâncias quer para o centro de saúde, quer para o Hospital Sousa Martins, na Guarda, são significativas e a população tem muitas dificuldades em se deslocar”.
Considera que o serviço da ambulância é “muito importante” para Trancoso, por isso, com a sua cessação, caso ocorra alguma situação de “extrema gravidade” e não seja dada a devida resposta “alguém terá que assumir essas responsabilidades”.
O autarca adiantou que a Câmara Municipal não irá “baixar os braços” pela defesa da manutenção da ambulância do INEM. “Iremos continuar a intervir junto de todas as entidades responsáveis, no sentido de que o INEM [a ambulância] se mantenha ou regresse, se possível, o mais rapidamente possível”, prometeu. Segundo o autarca, a viatura de emergência “prestava excelentes serviços à população” e estava guarnecida com “excelentes profissionais”.
Durante o protesto, os manifestantes exibiram cartazes com mensagens como “Queremos a ambulância do INEM em Trancoso”, “Com a saúde não se brinca” e “Contra a morte do interior”, entre outros.
(Fonte: Terras da Beira)