Lembro-me de ver a série televisiva “House M.D.” protagonizada por um médico que é uma “interpretação moderna de Sherlock Holmes de Arthur Conan Doyle”, na qual ele dizia, referindo-se aos Bombeiros: “São uns tipos porreiros, que passam nove meses a treinar, para contrariar os mais básicos instintos de sobrevivência! E acabam por ser os primeiros a entrar quando todos correm para sair!”
Não deixa de ter a sua graça e a sua pitada de ironia! Um personagem “cáustico” como esse tão bem descreveu aquilo que muita gente pensa dos Bombeiros!
Na realidade não passam nove meses a treinar, mas sim a sua vida enquanto Bombeiros, inteira, a treinar, para servirem melhor, mesmo contrariando os mais básicos instintos de sobrevivência! São mais que “um bando de gajos porreiros”, são na realidade “um dos maiores exércitos gratuitos do mundo”, pois correm riscos e até arriscam a própria vida, em missões, destinadas a proteger a população.
Quem fala dos Bombeiros sem conhecimento de causa, fala das coisas com leviandade, sem qualquer conhecimento da realidade! Da realidade triste que é passar dias longe de casa, sair para o meio da tempestade, para socorrer quem precisa, dedicar tempo à causa com uma paixão “incompreendida”. E no fim receber “as pedras na mão” de quem não sabe o que diz!
É com tristeza que revi nas cáusticas palavras, carregadas de ironia e sarcasmo, de um personagem de ficção, aquilo que parece ser a imagem dos Bombeiros, vista pelos olhos de toda uma Sociedade, de todos os seus estratos e classes…
“Somos uns tipos realmente porreiros, mas somos Humanos, como todos os Humanos!”
Até a uma próxima,
António Santos