Não são um fim em si mesmo, mas podem desempenhar um papel importante em termos sociais na divulgação e reconhecimento público das boas práticas, da abnegação e da própria heroicidade dos bombeiros. E não tenhamos dúvidas nem reservas em assumi-lo. É um dever e um direito que nos assiste fazer.
Há quem se manifeste contra tudo isso, e no extremo até aponte e identifique a atribuição de prémios e distinções como uma palhaçada ou uma farsa criticável e dispensável.
Nalguns casos, essa oposição poderá ter por base, com alguma dose de razão, o eventual esvaziamento ou vulgarização de algumas dessas atribuições. Mas poderá também tratar-se de situações de inveja ou dor de cotovelo ou até, inclusive, uma situação de manifesta injustiça que leva a reagir contra.
Em si, discordo totalmente de qualquer delas, já que à partida são os próprios homenageados que dão o valor real e a legitimidade às distinções. E se não houver homenageados as distinções também não têm valia nem lógica.
Mas também podemos analisar a questão noutra perspectiva, ou seja, defendendo que a credibilidade e a verdade dos prémios e das distinções está no rigor e na verticalidade com que são atribuídos por qualquer das instituições ou entidades com direito e legitimidade para o fazer.
Poderá interpretar-se apenas como um mero jogo de palavras mas de facto não o é.
Para mim, o problema não está na existência mas tão-somente no respeito e mérito pelos próprios prémios e distinções. Há vários, distintos e diversos galardões passíveis de atribuição. Dignificá-los corresponde ao cumprimento das regras, do crivo com que se avalia, julga e decide pela sua atribuição.
Mas os prémios e distinções não dispensam nem substituem outra componente importante do relacionamento social e da retribuição do reconhecimento por actos praticados.
Não esqueçamos que, muitas vezes, o direito e o mérito a prémios e distinções, em função dos riscos e actos praticados, acarretaram também para os visados custos físicos e psíquicos que muitas vezes são apenas falados nos dias próximos, inclusive com tratamento noticioso. Em muitos desses casos os prémios e distinções não são tudo. Nestas situações, para além de tudo isso, importa também garantir aos distinguidos o calor, a proximidade, a atenção, o acompanhamento e os cuidados que a sua recuperação e o seu equilíbrio naturalmente existem.