O país vive envolto em nuvens cada vez mais negras e os Bombeiros, que fazem parte do povo donde são oriundos e onde estão inseridos, também vivem cada vez com mais dificuldades.
Mas os Bombeiros, seja-nos permitida esta expressão, são uma classe diferente de muitas outras na medida em que, quando são chamados a intervir, já todo o resto falhou. Servem estas palavras para dizer que os Bombeiros são insubstituíveis nas suas missões, mas em períodos de crise, como se compreende, cada vez são mais solicitados, cada vez são mais necessários, por isso insubstituíveis.
Mas os Bombeiros não podem fazer tudo só com boa vontade, disponibilidade, saber, competência e prontidão. Os carros quando saem do quartel começam logo a gastar dinheiro com o combustível, pneus, óleos e tudo o mais onde se incluem os seguros da viatura e do pessoal, mas também a TSU, a energia eléctrica, os telefones e até a água do quartel. Os Bombeiros pagam tudo isso como também pagam as obras de manutenção das suas instalações, as reparações das suas viaturas, os equipamentos e as fardas do pessoal, mas, ao invés de qualquer empresa comercial, os Bombeiros nada cobram e nada recebem da maior parte dos serviços que prestam às suas populações, como seja o combate aos incêndios fora da chamada “época” dos incêndios florestais, no desencarceramento de vítimas de acidentes rodoviários, mas também nas inundações e em tantas missões que só eles fazem.
É certo que os Bombeiros vão tendo alguns apoios oficiais, escassos é certo, e para que isso se inverta, andam à espera que o poder perceba que tem mesmo obrigação de apoiar condignamente os Soldados da Paz. Às promessas de ocasião vão-se somando outras e assim os Bombeiros vão continuando a acalentar esperanças que amanhã é que é. Mas convenhamos, começam a desesperar.
Estamos no inicio de Novembro, mês de obrigações salariais a dobrar, mês de preocupações também a dobrar pela falta do dinheiro para os compromissos e nada se vislumbra no horizonte que ajude a resolver a situação de sufoco financeiro, de forma certa e segura em prazos muito curtos.
Falava-se que o mês de Outubro seria o mês das novidades. Mas não foi. Nem as novidades dos novos responsáveis de Carnaxide apareceram, quanto mais o dinheiro que tanta falta faz a quem está disponível para ajudar os outros, todos os dias do ano.
Como diz o povo, o futuro a Deus pertence, mas assim, não vamos lá. Assim, não!
Carlos Pinheiro
01.11.12