Amanhã de ontem começou de forma trágica. Quando José Luís Cruz, de 51 anos, começou a descer a rua em Santo Ildefonso, no Porto, não queria acreditar no que via.
O fumo saía das janelas do seu prédio, cerca das 09h30, e o pânico estava instalado. “Fiquei logo em choque, a minha casa estava a arder e ainda vi a minha vizinha embrulhada num lençol a gritar à varanda, parecia um filme de terror”, contou o morador, muito abalado com o incêndio.
O fogo deflagrou no quarto de José, no primeiro dos três andares do prédio situado na rua João Luís de Oliveira Ramos. O compartimento ficou completamente destruído. Os vizinhos sentiram um “cheiro forte a fumo” e gritaram para que as pessoas vissem as chamas e saíssem do prédio.
“Só tenho a roupa do corpo e os meus documentos. Até tinha dinheiro lá dentro e agora fiquei sem nada”, contou José, desesperado por ter perdido a casa onde costumava receber o filho.
Dos quatro moradores do prédio, apenas Joyce Cabral, de 52 anos, estava em casa. Acordou com o fumo e as labaredas a entrarem no seu quarto. “Quando chegámos ao local, a senhora estava embrulhada num lençol e já queria saltar da varanda. Só dizia que ia saltar. Tivemos de tentar controlar os ânimos”, explicou ao Correio da Manhã António Campos, Comandante dos Bombeiros Sapadores do Porto, que resgataram a mulher com uma grua.
Não há ainda explicação para o que aconteceu, pois não foi encontrado “qualquer objeto que pudesse ter originado o fogo”, adiantou o responsável por aquela corporação. Foi numa hora que os dez bombeiros no local conseguiram extinguir as chamas – que ameaçaram consumir os prédios contíguos.
Por precaução, a PSP fechou a rua durante duas horas e formou um perímetro de segurança para evitar que a tragédia fosse maior.
FONTE: CM