O Conselho Nacional (CN) da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), reunido ontem em Pombal com carácter extraordinário, decidiu suspender temporariamente o não reporte de ocorrências pelos bombeiros aos comandos distritais de operações de socorro (CDOS) da Autoridade Nacional de proteção Civil (ANPC).
Essa suspensão temporária de não reportar informações aos CDOS, em vigor a partir das zero horas de hoje, 19 de Dezembro, mantém-se até ao próximo CN, agendado para 29 de Dezembro, também em Pombal, durante o qual, além da aprovação do Orçamento e Plano de Actividades da LBP, será feito o balanço da convergência estabelecida com o MAI e seus resultados práticos.
Conforme estava agendada, realizou-se ontem, 18 de Dezembro, uma reunião entre a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e o ministro da Administração Interna.
Esta reunião não foi conclusiva mas, no entender da LBP, permitiu alcançar uma plataforma de convergência sobre alguns dos pontos anteriormente apontados pela LBP como fundamentais.
Das matérias abordadas ressaltam, naturalmente, os incentivos ao voluntariado, através do Cartão Social do Bombeiro, e os reivindicados, Direção Nacional de Bombeiros Autónoma Independente e com Orçamento Próprio e Comando Autónomo de Bombeiros, entre outros, no âmbito da Lei Orgânica da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
A plataforma de convergência permitiu obter da parte do ministro o compromisso de, até ao final do corrente mês, endereçar à LBP um conjunto de respostas às propostas que lhe dirigimos e que possam servir de base à continuidade de negociações conclusivas até final do mês de Janeiro próximo.
Consideramos ter sido alcançada, para já, uma plataforma de convergência, que justifica a suspensão das medidas e do diálogo que a LBP continua disponível para manter com o MAI. Entendemos, porém, que esse facto não obstará a que, não havendo os resultados expectáveis até final do corrente mês se possa repensar, com o direito e a legitimidade que nos assiste, as mesmas ou outras medidas.
Os Bombeiros Portugueses renovam aos portugueses a sua total disponibilidade para se manterem ao seu serviço e reiteram que as medidas antes decididas, nomeadamente de não informar os CDOS, em momento algum puseram em causa o socorro e a segurança dos cidadãos.