O Jornal Correio da Manhã (CM) lançou ontem um artigo on-line que expõe a vida politica, associativa e pessoal do Comandante Jaime Soares, atual presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, onde igualmente frisa algumas passagens bizarras vividas pelo presidente.
O CM diz que “O comandante da Liga dos Bombeiros toca vários ‘instrumentos’ e gosta de se ouvir. Já deixou a torrar uma parada de bombeiros, com um discurso que fez durante duas horas.” começa assim o seu artigo irónico.
Houve umas eleições em Vila Nova de Poiares – Jaime Marta Soares foi presidente daquela autarquia durante quase 40 anos – que estavam a ser muito disputadas. Ele nem queria pensar em perder a câmara e então fez uma promessa numa ermida: só mudaria de roupa e cortaria a barba se ganhasse”. Quem conta esta história sobre o atual presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses não sabe precisar os dias que a mesma roupa esteve por mudar mas, confidencia, “foram muitos”.
Jaime Marta Soares, 74 anos, filho de um comerciante de Vila Nova de Poiares, dinossauro do poder político (em 1974 tornava-se um dos autarcas mais jovens do País), presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, chegou também a ser presidente da Comissão Política do PSD de Coimbra, ainda hoje sofre por ter deixado a autarquia da terra onde nasceu. “Principalmente porque quem veio a seguir não reconheceu o seu trabalho”, conta um amigo próximo.
O seu sucessor na Câmara de Poiares acusou-o de lhe deixar em herança uma dívida superior a 30 milhões de euros e o tribunal chamou-o, em 2012, para defender Paulo Penedos, então arguido no processo Face Oculta e seu opositor nas autárquicas de 2011 (a quem tratava por Paulinho e que chamou de ‘medricas’). Protagonismo a quanto obrigas “Desgasta-se em batalhas desnecessárias, é demasiado emotivo, embora seja um líder nato”, dizem-nos.
“De certa forma, com todos os cargos que foi tendo, interiorizou que era o dono disto tudo, por isso procura o protagonismo”, acrescenta o mesmo amigo. “Tanto que chegou a inaugurar mais de uma dezena de vezes o Mercado Municipal de Poiares”, diz outro. Já com os 60 anos cumpridos inscreveu-se no curso de Direito, foi presidente de filarmónicas, centros de convívio e até fundou a Confraria da Chanfana, o seu prato preferido. “Menos transparente”, acusa-o um adversário, é na gestão das múltiplas tarefas. “Chegou a vir para Lisboa para as reuniões do Sporting, mas depois quem pagava os hotéis era a Liga dos Bombeiros”.
Também não há muito tempo, um presidente de câmara de uma terra, que encarecidamente nos pediu para não o nomear, jurou que nunca mais o convidava para discursar. “Numa cerimónia dos bombeiros, pediram-lhe para a sua intervenção não exceder os 15 minutos porque os bombeiros estavam todos na parada ao sol e ele falou durante duas horas”, conta um dos presentes. “Ele pensa que tem um estatuto especial.
Nos Bombeiros de Carnaxide, no desfile de fanfarras aqui há meia dúzia de anos, o Jaime Soares estava na tribuna, passou uma bombeira muito gira que levava o estandarte e ele não se coibiu de alto e bom som dizer: “Eh pá, aquela gaja é mesmo boa”. Estavam uma série de entidades importantes na tribuna e toda a gente ouviu, tirando o som da fanfarra de fundo fez- -se um silêncio sepulcral”.
CM/bombeiros.pt