A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Samora Correia vendeu um jipe que não lhe pertencia e arranjou um imbróglio a um empresário da cidade que agora não consegue desfazer-se do veículo, porque este pertence ao Estado e tinha sido cedido à corporação. O caso chegou ao Ministério Público que detectou uma situação que poderia configurar um crime de peculato, mas o processo foi arquivado porque entretanto prescreveu. O presidente da direcção dos bombeiros, José Ferro, diz que houve um lapso.
O caso remonta a 1997. José Ferro, na altura vice-presidente da associação, diz que o jipe foi vendido a um sucateiro para ser abatido e que na altura foi assinado um documento apresentado pelo sucateiro. “Na altura o sucateiro pediu para assinar aquele papel e nós por lapso nem olhamos bem para aquilo”, esclarece. O veículo acabou por ser comprado por quatro mil euros ao sucateiro, pelo empresário Paulo Pimenta que reparou que aparecia no registo de propriedade o nome da associação humanitária mas estava longe de imaginar o imbróglio em que se ia meter. Paulo não tratou logo de passar a viatura para o seu nome e entretanto emigrou deixando-a guardada na sua garagem. Só em 2011, quando se preparava para o vender, é que foi confrontado com o facto de afinal o jipe pertencer à Autoridade Nacional de Protecção Civil e não aos bombeiros.
FONTE: O Mirante