O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses criticou hoje o ministro da Administração Interna por não ter aumentado, em um euro por dia, os bombeiros que integram o dispositivo de combate a incêndios florestais, durante o verão.
Os bombeiros voluntários que fazem parte do dispositivo de combate a incêndios florestais durante o verão vão continuar a receber, este ano, 45 euros por dia, tendo a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) proposto um aumento para 46 euros.
“Não concordo com o senhor ministro, estou em total desacordo”, disse aos jornalistas o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares, no final da apresentação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) para este ano, que se realizou hoje na Autoridade Nacional de Proteção Civil.
Jaime Soares adiantou que o aumento de um euro por dia “não é um subsídio, nem pagamento de salário”, mais sim um incentivo ao voluntariado.
Segundo o presidente da LBP, os cerca de 6.000 bombeiros que estão no terreno são “o principal agente de proteção civil”, além de trabalharem “24 horas, muitas vezes ininterruptas, que são cansativas e até ao esgotamento”.
Defendeu, por isso, que devia ter sido dado “um pequeno aumento” e cortar-se no reforço de novas equipas.
“Poderia ter-se cortado em outros campos, em vez de serem 50 novas equipas, podiam ser 40 ou 35; é preciso que as pessoas estejam com estímulo”, sustentou, acrescentando porém que o DECIF “é o melhor dos últimos anos”.
O dispositivo de combate a incêndios florestais vai ser reforçado este ano com mais 50 equipas, que integram 250 bombeiros.
Em resposta, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, disse que compreende a reivindicação do presidente da LBP, mas a opção para este ano foi reforçar o número de equipas de bombeiros durante a época mais crítica de incêndios florestais.
“Este ano, tendo em conta o conjunto de acréscimo de despesas que tínhamos para o dispositivo, tínhamos de fazer uma opção: ou tínhamos mais equipas ou tínhamos este ligeiro aumento de um euro por dia para cada uma das equipas, o que significava, neste dispositivo, um aumento superior a meio milhão de euros. Fizemos a opção, queremos mais de 50 equipas e 250 homens no período crítico”, explicou o ministro.
Miguel Macedo recordou que, no ano passado, o valor pago aos bombeiros aumentou de 41 para 45 euros por dia e foi resolvido o problema da incidência do IRS sobre estes valores.
O ministro adiantou que está disponível para aumentar este valor no próximo ano.
Fonte: Diário Digital com Lusa