O Ministério da Administração Interna está a negociar com a Associação Nacional de Municípios Portugueses a actualização das comparticipações dos seguros. Bombeiros voluntários querem seguro de trabalho igual ao dos bombeiros profissionais.
O presidente da Associação Portuguesa de Bombeiros Voluntários (APBV), Rui Silva, disse esta sexta-feira que a actualização dos seguros dos bombeiros deve estar concluída antes do início da época de incêndios. As comparticipações dos seguros dos bombeiros foi um dos assuntos abordados durante a reunião que a APBV e a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais mantiveram esta sexta-feira com o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, e o secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida.
O Ministério da Administração Interna está actualmente a negociar com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) a actualização das comparticipações dos seguros dos bombeiros voluntários, tendo em conta que compete à ANMP o pagamento dos prémios, bem como assegurar os encargos para definir a actualização da tabela.
“Espero que a ANMP seja sensível a esta questão”, disse à agência Lusa Rui Silva, adiantando que a actualização dos seguros deve traduzir-se “num melhoramento na assistência e protecção”, uma vez que os atuais são “miseráveis”, nomeadamente em caso de internamento, sendo os bombeiros apenas ressarcidos quando têm alta. O presidente da APBV defendeu que os bombeiros voluntários deviam ter um seguro de acidente de trabalho, como os bombeiros profissionais.
Na reunião com a tutela, Rui Silva manifestou ainda preocupação com as equipas dos bombeiros voluntários que vão integrar o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), temendo que sejam compostas por desempregados e estudantes “com pouca experiência”.
Ressalvando que todos os bombeiros voluntários têm formação, o presidente da APBV disse que provavelmente são os “mais novos e os mais necessitados” que vão formar as equipas do DECIF devido ao “baixo valor pago” e às “más condições de trabalho”. “Um bombeiro com 18 ou 19 anos e um ou dois anos de serviço não tem a mesma experiencia que um bombeiro com 40 anos e mais 10 anos de serviço”, disse, acrescentando que há “um esvaziamento nos quartéis dos bombeiros voluntários” devido à emigração e às novas exigências da legislação, que obriga, por exemplo, a horas de treino e instrução.
A formação dos bombeiros e os equipamentos e protecção individual foram outros dos assuntos abordados na reunião com a tutela.
(Fonte: Público)