A ação compreende a execução de parcelas de um Plano de Fogo Controlado em Pinhal, que configura uma ação de uso técnico do fogo.
O Fogo Técnico engloba as modalidades de fogo controlado e fogo de supressão, sendo o fogo controlado vocacionado para as vertentes de prevenção DFCI (Defesa da Floresta Contra Incêndios) e gestão dos espaços florestais, e o fogo de supressão a utilização de técnicas que pretendem a extinção de incêndios florestais através da utilização estratégica do fogo.
O Regulamento do Fogo Técnico foi homologado pelo Despacho n.º 7511/2014, de 9 de junho.
O Fogo controlado é segundo este regulamento: “o uso do fogo na gestão de espaços florestais, sob condições, normas e procedimentos conducentes à satisfação de objetivos específicos e quantificáveis em planos de fogo controlado, que é executado sob responsabilidade de técnico credenciado”.
A ação encontra-se enquadrada no Plano de Fogo Controlado PFC-AC02 / 1262011 / 2012, aprovado em sede de reunião da Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios de Seia, em 11 de maio de 2012. A execução deste plano apenas teve início a 25 de novembro de 2015, tendo sido tratados pelo uso do fogo cerca de 4,7ha em dois dias de queima.
A área em questão insere-se numa propriedade sob gestão do município de Seia, conhecida como Mata do Desterro, que possui Plano de Gestão Florestal aprovado pelo ICNF. Esta propriedade, que possui cerca de 131ha, foi alvo de uma intervenção para criação de Rede primária de Faixas de Gestão de Combustível e de Mosaicos de Parcelas de Gestão de Combustível, em 2014, no âmbito de uma candidatura apresentada pelo Município de Seia à medida 2.3.1.1. – Defesa da Floresta Contra Incêndios, do PRODER, o que contribuiu igualmente para o atraso na execução do plano de fogo controlado, mas permitiu o desbaste do pinhal e a limpeza de matos, facilitando a queima e permitindo obter melhores resultados com o uso do fogo.
O objetivo da intervenção com o uso do fogo na Mata do Desterro é a Defesa da Floresta Contra Incêndios, mais concretamente a redução por via do fogo controlado da carga de combustíveis finos e mortos, maiores responsáveis pela propagação do fogo nos incêndios, facilitando desta forma as operações de supressão, pois a velocidade de propagação e a intensidade da frente de chamas passarão a ser substancialmente inferiores, em caso de incêndio florestal, dificultando em simultâneo a subida do fogo as copas das árvores, por interromper a continuidade vertical dos combustíveis.
Aliás, as parcelas a tratar foram escolhidas por serem a porção arborizada com pinheiro bravo da Mata do Desterro que não ardeu no grande incêndio de 2010, tendo sido contido o incêndio no caminho acima destas parcelas, o que demonstra a necessidade de proteger esta área relativamente a incêndios.
Fonte: Serviço Municipal de Proteção Civil de Seia