
A menos de duas semanas para a realização da maior ação de protesto no seio dos Sapadores Florestais que certamente será o início de várias transformações no setor.
A greve nacional marcada para dia 22 e 23 de julho, mostrou-nos o que de melhor e de pior tem o setor, num país que se diz democrático e onde todas as entidades patronais são elegidas pelo poder democrático, que bem que fica assistirmos todos os dias a intimidações, coação, ameaças, vindos de Presidentes, Secretários Executivos, Engenheiros, Doutores, Diretores e muitos outros pseudodemocratas, que se enchem de medo quando os trabalhadores começam a perder o medo.
Levanta-te companheiro, a escravatura acabou!
Não tenhas medo das práticas esclavagistas que usam para te dissuadir a lutar, o que eles não querem é que tu penses por ti, que questiones o que te colocam à frente dos olhos, mandam chefes virem te reprimir para te incutirem o medo de perderes o trabalho por fazeres greve ou pensares pela tua cabeça. Tudo serve para intimidar, processos disciplinares, despedimentos, fim das equipas, faltas injustificadas, desprezo e isolamento laboral, tudo o tipo de assédio moral, em organizações onde a democracia elegeu os seus órgãos sociais.
Esclarecer para Mobilizar, a greve nacional é um instrumento de últimos recursos um grito de revolta e ao mesmo tempo de socorro, perante práticas do passado que limitam a capacidade dos trabalhadores e nos arrastam para o fundo do poço. Não lutamos por nada de outro mundo como alguns tentam vender, lutamos por uma Carreira e um Estatuto Profissional que regulamente todo o setor e aumentos salariais justos e adequados ao nosso trabalho real.
Dizem-me que no público é mais fácil ter carreira e aumentos salariais, sim é verdade, mas no privado também o é, basta querer. Temos muitos exemplos de entidades patronais no privado que aplicam sobre o vencimento base mais 20% e já o fazem a alguns anos. Agora com associações e baldios onde os trabalhadores trabalham para encher os bolsos de técnicos que ninguém sabe quem são ou de direções que ninguém lhes conhece qualquer fonte de rendimento e todos os meses aparecem com carros novos é difícil conseguir-se.
A floresta rende muitos milhões de euros e com uma “bazuca” em apoios, esta na hora de se apostar na valorização do trabalho e dos trabalhadores. De que temos medo, afinal somos um país democrático, assente em Direitos, Liberdades e Garantias como esta escrito na Constituição da República, todos somos iguais aos olhos da lei. Então respeite-se a lei e acabe-se com os assédios morais, com as represálias, intimidações, ameaças e tudo o que de podre existe neste setor.
Esclarecer, todos os trabalhadores podem:
- Fazer Greve sejam ou não sindicalizados;
- Ninguém tem que avisar ninguém que vai fazer greve;
- Ninguém pode ser impedido de fazer greve;
- A falta é justificada com motivo de greve, perdendo apenas direito à retribuição e ao subsídio de alimentação do dia.
A greve nacional aplica-se a todos os trabalhadores com funções de Sapador Florestal, sejam de entidades publicas ou privadas e ainda a todos os elementos do Corpo Nacional de Agentes Florestais.
Calados nunca e intimidados jamais, lutamos com razão e por justiça, apenas queremos o que é nosso por direito, e por cada novo assalto subirá sempre mais alto a nossa voz a nossa luta e a nossa vontade de resistir e defender aquilo que é nosso.
Ninguém está sozinho nesta jornada e dia 22 de julho iremos mostrar ao Senhor Ministro do Ambiente e ao Senhor Secretario de Estado que não nos esquecemos das suas promessas e que os Sapadores Florestais fazem falta em Portugal.
A nossa luta tem razão e essa razão esta do nosso lado e do outro lado da fronteira os nosso camaradas Bombeiros Florestais de Galiza (Espanha) expressaram o seu total apoio à nossa luta, tornando-a já numa luta internacional, que será transportada a todos os cantos da União Europeia para que todos os povos possam ver porque luta um Sapador Florestal em Portugal.
Lutar e Lutar, contra as tiranias marchar!
Alexandre Carvalho