
Os incêndios em 2017 terminam no dia 31 de Dezembro. Mais ou menos quando ecoarem as doze badaladas, e quando terminar a última, quero acordar num mundo melhor, num país mais seguro, num território coberto de homens e mulheres tecnicamente aptos e capazes de responder ao minuto, de forma musculada, às missões que lhes forem solicitadas.
Em 2018 quero ver fardas de bombeiros nas Escolas, nas Juntas de Freguesia, nas Associações de Agricultores, nas Câmaras Municipais, nas Universidades, na Lousã, em Sintra, no Parlamento, no IPMA.
Quero ver fardas de bombeiros nos montes, a reconhecer, a queimar, a comunicar com um sector primário necessitado de ser ouvido e apoiado.
Quero ver fardas de bombeiros nas linhas de cumeada com binóculos, com bússolas, com estações meteorológicas.
Quero ver fardas de bombeiros nos veículos a estragar eixos, semi-eixos e bloqueios, para que quando for a sério não se estrague mais nada.
Quero ver fardas de bombeiros nas linhas de água, nos vales encaixados, nos caminhos de fuga, nos pontos de água dos meios aéreos, nas máquinas de rasto.
Quero ver fardas de bombeiros nos quartéis!
Quando chegar o calor de 2018, quero ver Bombeiros desde janeiro!
Não quero ver padeiros, pedreiros engenheiros, estudantes e tantos outros até Julho, e bombeiros durante 30 dias!
Mas ainda quero mais de 2018, meus amigos, quero ver uma responsabilidade diluída por todos, quero ver as Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários (AHBV) a serem condignamente financiadas para implementarem e incutirem o profissionalismo.
Quero ver o transporte de doentes não urgentes entregue aos privados e a um mercado flexível e concorrente.
Quero ver tripulantes científica e tecnicamente preparados dentro das amarelas e vermelhas, com respostas eficientes, céleres e altamente profissionais no Sistema Integrado de Emergência Médica.
Quero ver…
Rafa Almeida
Bombeiro de Foz Côa