“Grande parte dos incêndios são evitáveis”, frisa o ministro da Administração Interna. Fogo de Oleiros “é de grande complexidade” e “a prioridade é a salvaguarda da vida humana”.
Eduardo Cabrita falou aos jornalistas, pelas 12 horas, após uma reunião com a Autoridade de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, para fazer um pronto de situação sobre os incêndios.
O ministro da Administração Interna indicou que nos últimos dez dias houve “uma média de 120 incêndios por dia” e só no dia de sábado registaram-se “123 ocorrências”. A Proteção Civil tem registo de “dois mil incêndios no mês de julho“, frisou.
Sábado, destaque para “dois fogos em Ponte de Lima, um em Vinhais e um em Vila Flor que foram dominados ao final do dia ou durante a noite”.
O mesmo não sucedeu com o grande incêndio que deflagrou em Oleiros, distrito de Castelo Branco, e alastrou aos concelhos vizinhos de Proença-a-Nova e Sertã. “É um incêndio de grande complexidade”, disse Eduardo Cabrita. Estão no terreno “mais de 700 operacionais e 14 meios aéreos e oito máquinas de rasto“, acrescentou, deixando uma garantia: “a prioridade é a salvaguarda da vida humana” pelo que se terá em conta “a execução das evacuações que vierem a ser necessárias”.
As previsões meteorológicas justificam as preocupações: as temperaturas podem chegar aos 43.º, o vento soprar a mais de 65 quimómetros/hora e os níveis de humidade são muito baixos, explicou o ministro da Administração Interna.
“Admitimos que este incêndio possa envolver o dispositivo até terça-feira ou quarta-feira”, acrescentou.
O governante manifestou ainda “uma palavra de consternação e solidariedade” pela morte do bombeiro Diogo Dias, de 21 anos, num acidente de viação, sábado, quando um veículo da corporação de Proença se dirigia para o fogo de Oleiros. “Marca-nos a todos”, reconheceu, dando conta que a corporação não quis ser dispensada das operações e, este domingo, os seus efetivos “estão ao lado dos outros camaradas” no terreno.
“Grande parte dos incêndios são evitáveis”, alertou Eduardo Cabrita, referindo como exemplo que “nesta semana, o incêndio de Vale de Cambra começou com um churrasco e o incêndio de Vila Flor no sábado começou com trabalhos agrícolas”.
Por isso, o governo decidiu que “estão proibidos todos os trabalhos em espaço rural, exceto os de combate a incêndios florestais e a garantia da alimentação dos animais, até às 24 horas de terça-feira (28 de julho)”.
O ministro da Administração Interna indicou que a Proteção Civil está a avaliar os níveis de alerta operacional adequados, para que o Governo decida sobre a declaração de alerta.
“A situação está a ser avaliada pela ANEPC, tendo em conta que o IPMA, relativamente a segunda e terça-feira coloca cerca de 170 municípios do continente, isto é quase dois terços dos municípios do continente [território continental], num nível máximo ou muito elevado de risco de incêndio rural”, declarou Eduardo Cabrita.
Fonte: Jornal de Noticias