O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses manifestou-se “magoado” e “revoltado” com a divulgação de “excertos de um relatório preliminar sem [antes] se reunirem com as pessoas a quem, em primeiro lugar”, deviam ter sido apresentados os dados para poderem ser analisados e confrontados.
“As pessoas têm de saber que não há ciências exatas”, disse Jaime Soares à Agência Lusa, comentando: “Não posso deixar de estar revoltado, pelo menos saibam respeitar a memória daqueles que morreram ao serviço da pátria”.
Ressalvou que que não pretende “escamotear, esconder o que quer que seja” e que os bombeiros apenas querem “saber a verdade” e serem respeitados na sua “função de alto perigo para defender os portugueses”.
“Os bombeiros, como seres humanos, são falíveis e podem errar, mas uma coisa que eu exijo veemente é que há que provar que eles erraram” e “não são os excertos de um relatório preliminar que podem garantir uma coisa dessas”.
Jaime Soares considerou esta situação de uma “falta de ética inimaginável” em relação a “situações tão sensíveis” e diferentes: “cada caso é um caso, não há nenhum fogo igual”.
“Há pessoas que pensam que são os ‘sabe tudo’ e que se atrevem a dizer que são cientistas ou pseudocientistas, mas nunca os vi numa frente de fogo, num combate a um incêndio. Ali é que se aprende, não é num laboratório com umas ventoinhas a fazer vento para cima de uns painéis com folhas de eucalipto”, comentou.
Fonte: JN