O presidente da direção dos bombeiros de Portalegre acusou a Câmara Municipal de “não apoiar [financeiramente) como devia” a corporação. Adriano Capote assumiu que a situação financeira da Associação Humanitária dos Bombeiros de Portalegre “é má”, mas nega a existência de salários em atraso.
O dirigente prometeu ainda para breve mais esclarecimentos sobre os custos do célebre concerto com o cantor Júlio Iglésias, em 2004, que deixaram a corporação “a braços” com uma divida de cerca de 400 mil euros, quando “o evento era da responsabilidade da Câmara Municipal”.
Confrontada com as acusações do presidente da direção dos bombeiros de Portalegre, a presidente do município local, Adelaide Teixeira, afirmou “não aceitar nem admitir que a autarquia seja acusada de não cumprir com as suas obrigações”.
Em declarações à Rádio Portalegre, Adelaide Teixeira revelou que o município transferiu para os bombeiros locais, desde o ano 2002, cerca de 2,4 milhões de euros, 710 mil dos quais durante a sua presidência.
A autarca divulgou ainda que a Câmara de Portalegre atribui atualmente um subsídio anual de 104 mil euros à corporação de bombeiros, que este ano foi reforçado em 28 mil euros, perfazendo um total de 132 mil euros, que já foram pagos em 2016.
Adelaide Teixeira disse ainda que os prejuízos resultantes do concerto com Júlio Iglésias “já não servem de desculpa” para os problemas financeiros dos bombeiros de Portalegre.
A presidente da Câmara de Portalegre esclareceu que o município pagou à corporação dois subsídios, em 2004, no valor total de 266 mil euros, para abater os prejuízos com o concerto, a que se juntam mais 293 mil euros de um outro subsídio pago, quando assumiu a presidência da autarquia, e que poderia ter sido utilizado para liquidar as despesas do espetáculo com o cantor espanhol.
Fonte: Rádio Portalegre | Gabriel Nunes