Santo Tirso tem uma das taxas de desemprego mais elevadas do país e é um dos concelhos mais afectados pelos incêndios de Verão. Nove desempregados foram recrutados para combater e prevenir os fogos.
Quinhentos incêndios, 1.300 hectares queimados em seis mil hectares de floresta. 2013 foi um ano cinzento para Santo Tirso. Para Domingos Machado também foi: nesse Verão, perdeu o direito ao subsídio de desemprego. Fazia parte dos 7.074 desempregados do concelho e nunca foi chamado pelo centro de emprego para um trabalho.
O cenário mudou em Maio. A câmara e o centro de emprego criaram o que o presidente da autarquia, Joaquim Couto, diz, à Renascença, ser o “maior” dispositivo de combate e prevenção de incêndios do país.
A equipas formadas por bombeiros, agentes da PSP, militares da GNR, trabalhadores do poder local e elementos ao serviço da Associação das Empresas do Sector Papeleiro e de Celulose, juntam-se nove desempregados de longa duração.
Domingos estava na lista. Deixou de vigiar os classificados para estar atento às florestas. Tem 41 anos.
Outros desempregados tiveram a mesma sorte. Já Carlos Ferreira, 30 anos, trocou os livros pelas árvores. Nélson Roriz, de 32 anos, passou de administrador de empresas a gestor de espaços florestais. E Rui Filipe, com menos um ano de idade, substituiu as peças de automóveis pelas máquinas de silvicultura.
Estão há um mês a trabalhar no Monte Córdova, o ponto mais alto da região. Ganham pouco mais de 500 euros por mês.
O investimento de 125 mil euros já deu frutos e permite fazer um balanço positivo da iniciativa.
“Tem sido excelente”, afirma Domingos, que integra a equipa de vigilância. “Já interviemos por três vezes e conseguimos resolver sempre em conjunto com os sapadores, sem ser preciso chamar outras corporações.”
Fonte: Radio Renascença