
Fernando e Patrick estão em prisão preventiva por quatro crimes de homicídio qualificado.
Vai ser um julgamento inédito em Portugal: pela primeira vez, um tribunal vai começar – amanhã, em Vouzela – a julgar dois incendiários que, além dos crimes de fogo posto, estão também acusados de quatro crimes de homicídio qualificado – uma vez que, no combate às chamas que aqueles dois homens atearam na serra do Caramulo, perderam a vida quatro bombeiros, em agosto do ano passado. O julgamento será presidido por um tribunal de júri.
Os arguidos Fernando Marinho e Patrick Teixeira, de 21 e 29 anos, estão acusados pelo Ministério Público de, na noite de 20 de agosto, atearem pelo menos sete focos de incêndio, numa distância de um quilómetro, na serra do Caramulo. Fizeram-no viajando de moto entre vários pontos e com um isqueiro com o qual incendiaram a floresta.
Na sequência deste ato criminoso, perto de 15 mil bombeiros de todo o País estiveram dez dias envolvidos no combate às chamas, que destruíram cerca de 10 mil hectares de mato e floresta, mataram quatro bombeiros e feriram 13. Os suspeitos – Fernando vivia numa aldeia de Vouzela e Patrick estava emigrado no Luxemburgo – foram detidos pela PJ de Aveiro em setembro do ano passado. Primeiro, Fernando, que explicou aos investigadores a forma como cometeram o crime – e depois Patrick, que se apresentou voluntariamente às autoridades.
Estão em prisão preventiva e amanhã estarão frente a frente com os familiares dos quatro bombeiros que perderam a vida quando combatiam as chamas.
Os dois arguidos estão acusados dos crimes de homicídio qualificado, incêndio florestal e ofensa à integridade física. A acusação imputa-lhes a autoria dos incêndios criminosos. Como móbil, a PJ adiantou que o suspeito que estava emigrado no Luxemburgo terá agido por vingança por dias antes a GNR o ter multado por não ter a carta de condução válida.
(Fonte: CM)