Uma mochila de combate criada pelos bombeiros de Óbidos para aumentar a proteção durante os incêndios florestais está a ser comercializada para outras corporações e na calha está também a criação de uma ‘pasta de comando’.
Os “elevados preços” e a “insatisfação” em relação às mochilas existentes no mercado, que não cumpriam todos os requisitos da legislação, foram, segundo o comandante Carlos Silva, os motivos que levaram os bombeiros de Óbidos a criarem a sua própria mochila.
Com base nos modelos comercializados, quer no estrangeiro, quer em Portugal, a corporação desenvolveu um produto que Carlos Silva assegura estar “conforme a legislação atual, no que diz respeito ao equipamento de proteção individual e equipamento de sustentabilidade dos bombeiros no combate aos incêndios florestais”.
A mochila, explicou, “é composta por um arnês onde se acopla o abrigo de incêndio e o sistema de hidratação”. Estes permitem que, caso seja rodeado pelas chamas, o bombeiro se feche dentro do abrigo, que repele o calor, e disponha de um depósito com três litros de água para se hidratar.
Tem ainda a vantagem de ser “ajustável ao corpo de cada bombeiro”, adaptando-se a pessoas de maior ou menor estatura.
O equipamento foi criado especialmente para responder às necessidades da corporação, que conta com 10 mochilas para duas equipas de combate a incêndios florestais. Porém, o baixo custo acabou por ditar a sua comercialização para outras corporações.
“Neste momento já temos 100 unidades vendidas e mais uma remessa de 100 a ser fabricada para ser comercializada”, referiu o comandante, acrescentando que uma dezena de corporações são já clientes.
A mochila é fabricada numa fábrica da Benedita, no concelho de Alcobaça e, segundo o responsável, pode ser adaptada com melhorias sugeridas pelas corporações clientes.
Uma ‘pasta de comando’, cujo protótipo deverá estar finalizado durante o mês de agosto, está também a ser criada pela corporação com o objetivo de “apoiar os elementos de comando ou de chefia no que diz respeito à organização de um teatro de operações”, adiantou Carlos Silva.
Baseada num modelo usado nos Estados Unidos da América, a pasta que a corporação está a “adaptar à realidade nacional” permitirá “ter as coisas minimamente organizadas para que rapidamente se possa mudar o posto de comando de um lugar para outro”, nas fases um e dois dos incêndios, ou seja, aquelas em o comando se desloca numa viatura de pequena dimensão.
“Atualmente o que existe são quadros magnéticos ou folhas individuais” que Carlos Silva pretende arrumar na pasta, na qual se consegue “ter todas as listagens e todos os quadros necessários para o comandamento na fase dois”.
A mala, para a qual os bombeiros estão a recolher contributos junto de outras corporações, está a suscitar o interesse de alguns comandantes, pelo que a corporação irá também proceder à sua comercialização.
“É um negócio que vai colmatar algumas necessidades do corpo de bombeiros de Óbidos” e, em simultâneo, disponibilizar no mercado, a mais baixos custos, equipamentos que “satisfazem a necessidade dos bombeiros portugueses”, concluiu Carlos Silva.
(Fonte: Lusa/ Notícias ao Minuto)