Dois irmãos e um outro homem morreram na freguesia de Faial da Terra, na ilha de S. Miguel, nos Açores, na sequência de um deslizamento de terras que soterrou total ou parcialmente três casas. O corpo da terceira vítima foi encontrado esta quinta-feira de manhã e pouco depois foram suspensas as buscas, por receio de novas derrocadas.
A terceira vítima do deslizamento de terras em Faial da Terra, São Miguel, Açores, foi encontrado esta quinta-feira, cerca das 9 horas (10 em Portugal continental), informou no local o presidente do Governo Regional, Ricardo Barros.
Pouco depois, foram suspensas as operações, por receio de novos deslizamentos.
A primeira vítima mortal foi retirada dos escombros cerca da meia-noite de quarta-feira, pouco depois da derrocada e o segundo corpo havia sido encontrado às 6 horas desta manhã de quinta-feira.
Ricardo Barros explicou que devido ao mau tempo houve um deslizamento de terras durante a noite no lugar de Burguete, freguesia de Faial da Terra, concelho da Povoação, tendo sido atingidas três casas.
Os bombeiros conseguiram aceder a duas casas e resgatar as pessoas que estavam no interior, mas uma delas já estava morta, um homem com cerca de 50 anos.
O segundo corpo, encontrado esta quinta-feira encontrava-se na terceira casa que está totalmente soterrada e na qual viviam dois irmãos com cerca de 30 anos.
Uma família de quatro pessoas que vivia numa das casas conseguiu sair pelos seus próprios meios, pela janela, disse Carlos Ávila, presidente da Câmara da Povoação.
Noutro caso, os bombeiros retiraram uma família de cinco pessoas da habitação, mas uma delas, o pai, já estava morto. A mãe e as filhas de cinco, oito e 16 anos foram resgatadas com vida e sem ferimentos, acrescentou.
No terreno estavam esta manhã bombeiros e viaturas das corporações da Povoação, Ribeira Grande, Vila Franca do Campo e Ponta Delgada, além do Serviço Municipal de Proteção Civil.
De acordo com o vice-presidente do Serviço Regional de Proteção Civil dos Açores, os trabalhos foram dificultados pela chuva intensa que continua a cair na zona.
Carlos Ávila acrescentou que a causa do deslizamento foi a “enorme quantidade de chuva” que hoje caiu durante todo o dia na ilha de S. Miguel e que se acentuou a partir das 17 horas. Por outro lado, disse, “a zona é propícia a isso”, por ser “muito montanhosa” e a infiltração da chuva originar estes “movimentos de vertente”.
Segundo o autarca, as três casas afetadas são “construções muito antigas”, com cerca de cem anos, que estão “na base da vertente”.
O presidente do Governo dos Açores acrescentou que além dos bombeiros, foram acionados meios da Secretaria Regional com a competência das obras públicas por causa de outras derrocadas no mesmo concelho que estão a afetar estradas.
O vice-presidente do Serviço Regional de Proteção Civil dos Açores disse à Lusa que no local estão bombeiros de todas as corporações da ilha de S. Miguel, à exceção do Nordeste, num total de “mais de 40 homens”. Há ainda elementos do serviço municipal de proteção civil no terreno, afirmou.
Fonte: DN