A Equidade!

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12895309_1082472225153519_2083514234_nEm primeiro lugar e neste regresso das minhas opiniões ao Bombeiros.pt agradecer o convite e o acreditar por parte do Portal que a minha opinião pode ter espaço neste projeto.

Escolhi como tema para abrir a minha participação uma palavra que tem por detrás um conceito que me diz muito, EQUIDADE.
Neste nosso mundo dos Bombeiros vemos quase todos os dias exigências e lutas por igualdade, por uniformidade, por reconhecimento… por… e mais por…

No entanto, nunca vi ou li, alguém lutar ou exigir equidade!

Mais que igualdade em fardamentos, uniformidade em procedimentos ou reconhecimento pelo público, o que na minha opinião mais afeta os bombeiros enquanto indivíduos, é a clara falta de equidade.

– Do que adianta termos todos fardas iguais quando a legislação disciplinar e outras são aplicadas de um modo discricionário.

– Do que adianta queremos todos, uniformidade nas ações quando existem camaradas que ainda lutam todos os dias por terem acesso à mais elementar formação e condições de treino.

– Do que adianta queremos reconhecimento público, ou mais reconhecimento, e depois haver camaradas que por exemplo, nunca viram um cêntimo dos pagamentos dos diversos DECIF em que participaram, sem nunca terem obtido uma simples explicação ou justificação.

– Do que adianta querer benefícios por parte deste ou daquele Organismo ou Entidade Pública ou Privada e depois haver camaradas que por falta de condições sócio-económicas se vêem obrigados a deixar os seus Corpos de Bombeiros.

– Do que adianta querer que um empresário ou patrão reconheça a condição de Bombeiro Voluntário e depois haver camaradas, que têm extremas dificuldades em verem esse reconhecimento dado pelas Associações Humanitárias de Bombeiros para quem trabalham.

Por todos estes aspetos acima referidos e mais uma infinidade de outros que provavelmente tornariam este artigo num extenso texto, penso que antes de tudo, temos de exigir equidade no tratamento que é dado aos Bombeiros, ou seja, que um Bombeiro independentemente da localidade onde viva ou maior ou menor conhecimento que tenha de “direito” tenha o mesmo tratamento disciplinar, que veja a sua missão ser reconhecida pelos seus Dirigentes Associativos e Operacionais e que os mesmos o motivem e ajudem a continuar a fazer o que gosta.

Quando todos os Bombeiros tiverem um tratamento equitativo, aí, talvez seja tempo de evoluirmos na “pirâmide de necessidades” para níveis mais filantrópicos e/ou de imagem.

Por agora ficaria muito satisfeito que nos centrássemos em algo mais básico, algo que permita a todos estarmos não ao mesmo nível, mas em condições de chegarmos ao mesmo nível, ou seja, sermos tratados por todos de um modo equitativo.

António Calinas

 

 

About author

Sérgio Cipriano

Natural de Gouveia e licenciado em Comunicação Multimédia pelo Instituto Politécnico da Guarda. Ingressou nos bombeiros com apenas 13 anos de idade e hoje ocupa o cargo de sub-chefe. É um dos fundadores da Associação Amigos BombeirosDistritoGuarda.com e diretor de informação do portal www.bombeiros.pt, orgão reconhecido pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social.