A população de Paradela, no Soajo, em Arcos de Valdevez, recusou abandonar as casas ameaçadas pelo fogo. GNR obrigou pelo menos 15 moradores que corriam mais perigo a abandonar o lugar por questões de segurança.
Três pessoas ficaram feridas, com queimaduras e por inalação de fumo, mas sem gravidade. Os homens da aldeia permaneceram na aldeia ao lado dos bombeiros na luta contra o incêndio que começou manso de manhã, cerca das 9.08 horas, mas tornou-se violento por volta da hora de almoço devido ao calor e ao vento.
O pior foi evitado e os meios no terreno chegaram a estar posicionados para retirar também pessoas do lugar de Várzea, a cerca de um quilómetro de Paradela, mas a operação não foi necessária. Às 16.10 horas, foi ativado o Plano de Emergência Municipal de Arcos de Valdevez.
“Estamos perante condições climatéricas muito adversas, com ventos moderados e temperaturas altas, e daí o incêndio ter arrancado com grande violência. As casas, porque estamos no Minho, encontram-se espalhadas ao longo da estrada e as pessoas preocupadas em defender os seus haveres tiveram quase de ser arrancadas pela GNR”, declarou o Segundo Comandante Distrital da Proteção Civil, Robalo Simões, referindo que “mesmo assim anda houve três feridos ligeiros, um por inalação de fumo e dois com queimaduras na face.
“Houve muita gente que se recusou a sair. Foram retiradas principalmente mulheres. Os homens auxiliaram nas operações porque sabiam quais eram as casas que estavam habitadas e ajudaram-nos a ir direitos lá”, contou o comandante dos Bombeiros de Arcos de Valdevez, Filipe Guimarães, que devido ao fogo “houve uns barracos queimados e animais que morreram”.
Maria Soares foi uma da mulheres de Paradela que ficou. “O fogo andou de volta das casas. Andei à ajudar, a botar água com um balde. Tinha uma corte com as minhas coisas dentro e não queria que se queimassem. Andei lá com os bombeiros”, contou.
Laurinda Fernandes, abandonou o lugar, mas tal como a maioria regressou ao fim a tarde. “Disseram-me para sair de casa duas vezes, mas eu não queria. Depois levaram-me numa ambulância, mas como ninguém quis sair daqui também não fui e voltei para casa a pé”.
Cerca da uma hora da madrugada desta quarta-feira, o fogo estava confinado a uma frente ativa. No terreno estavam, ainda, 66 operacionais e 28 viaturas, entre bombeiros de praticamente todas as corporações do distrito de Viana do Castelo e sapadores florestais.
Fonte: Jornal de Noticias