Caros Camaradas, andava na minha “atualização” diária quando encontrei esta pequena “história aos quadradinhos” (fig. 1) e de imediato senti como que um apelo para escrever sobre esta realidade cada vez mais próspera na nossa Sociedade e infelizmente também na área dos Bombeiros.

Hoje assiste-se cada vez mais a um total alienamento por parte de alguns sobre a realidade que os rodeia, fazendo-os pensar como sendo únicos e imprescindíveis, em suma os donos da razão e/ou conhecimento.
Por um qualquer motivo esquecem-se que só se encontram num determinado patamar elevado, porque alguém os nomeou para tal e enquanto ai estão tem acesso a informação e conhecimento que está, por norma, interdito aos normais concidadãos.
Isso não os torna em seres especiais, evidência somente o quanto deveriam estar agradecidos aqueles que lhes permitiram tal ascensão, mas infelizmente por algo que desconheço grande parte desses “abençoados”, passado pouco tempo julgam-se donos de todo e de todos.
E tal como os personagens da “istória”, também os “artistas” da vida real passam por estas três fases, sempre que alguém se tenta evidenciar.
– Na primeira fase todo fazem para denegrir o trabalho, a coragem, as ideias em suma a vida daqueles que tentam por sua iniciativa ascender ao tal patamar;
– Numa fase intermedia e quando verificam que todo o que tentaram anteriormente em nada afetou a determinação daqueles que ascenderam pela sua vontade e mérito ao dito patamar, tentam que os mesmos adiram à sua causa, tentando balizar os seus sonhos, desviando a sua determinação. Afinal para eles só existe este patamar. Nunca souberam como ali chegaram e jamais lhes passou pela cabeça ascender a um novo nível, em suma acomodaram-se na sua mundana e pouco audaciosa vidinha.
– Por fim e na última das fases, quando perseguindo os seus sonhos, aqueles que entretanto chegaram ao nível dos “acomodados” sentem que podem e devem ir mais além, são atingidos pelos instintos primários e mesquinhos de inveja e ignorância daqueles que se vão mantendo no dito patamar, levando-os a tentar deturpar, minimizar e desvalorizar o percurso de ascensão dos “sonhadores”.
Cada vez mais a vida está dificultada para os “acomodados” anteriormente referidos, hoje em dia todo é escortinado, o mundo é um local global onde todos partilham de uma forma ou de outra o conhecimento e a informação, ou seja aquilo que era restrito de alguns, hoje tornou-se de domínio comum. A ignorância desta democratização só torna mais difícil e agonizante a permanência de alguns personagens nas suas funções, arrastando para situações também agonizantes tanto as Estruturas que os suportam no “poder” como aqueles que por este ou aquele motivo os vão seguindo cegamente.
É altura de deixar de tentar elevar, a todo custo aqueles que já não detinham condições para estar no patamar no qual foram colocados, ao nível seguinte. Isso nunca será solução, será o empurrar o problema para frente, ignorando o mesmo.
Os problemas continuaram, as soluções jamais serão encontradas, ou continuaram a insistir em velhas soluções para novos problemas, voltando todo ao início, com os “acomodados” a tentar evitar por todos os meios que novos “sonhadores” através da sua autoestima elevada e vontade de solucionar os problemas de antigos com soluções de futuro, tenham o devido sucesso.
António José M. N. Calinas
Bombeiro 2ª