Depois dos bombeiros ou dos helicópteros pesados, surgem agora os drones. É o mais recente trunfo para combater os fogos florestais. A GNR vai usar estes meios já no próximo Verão para detectar incêndios e cartografar áreas ardidas. O projecto, pioneiro a nível mundial, está em fase de testes no Gerês e, para já, envolve quatro máquinas não tripuladas. No entanto, o objectivo é ter na próxima época de fogos pelo menos oito a sobrevoar o Parque Nacional da Peneda-Gerês.
A iniciativa, criada através de um protocolo com uma empresa portuguesa que fabrica aparelhos aéreos não tripulados, a Tekever, deverá ter um custo de 3 milhões de euros, financiado com dinheiros comunitários. Haverá ainda uma componente nacional assegurada pelas autarquias da região do Gerês.
O investimento engloba, segundo o major–general Rui Moura, da GNR, não só a aquisição dos drones, mas também dos respectivos sistemas de telecomunicações, carros equipados e as despesas de formação dos militares. Os quatro aparelhos com que a Guarda está a desenvolver os testes pertencem por enquanto à Tekever, até chegarem as verbas para financiar o arranque do projecto.
A GNR concebeu um conceito de operações para dois tipos de aparelhos: as águias (drone com cerca de quatro metros de largura e uma autonomia de voo de até oito horas) e os falcões (mais pequenos e que podem voar até duas horas seguidas). Os dois modelos podem ser lançados em qualquer ponto do Gerês e vão ser operados e controlados a partir de um centro de comando instalado em Arcos de Valdevez, no coração do parque.
No terreno, os militares vão ter viaturas equipadas com catapultas móveis – para ajudar no lançamento dos falcões – e preparadas para operar as águias. O sistema permite que os vídeos recolhidos pelos aparelhos sejam enviados em tempo real, não só para o centro de comando, mas para qualquer ponto do país através da internet. “Permitem assim a partilha de informação em streaming entre a GNR, os bombeiros e todas as entidades envolvidas no combate ao incêndio”, explica Rui Moura.
As equipas do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da Guarda, que intervêm na primeira linha de combate aos incêndios florestais, também vão ter acesso às imagens em tempo real, através de tablets.
Ionline