As águias e os falcões. GNR usa drones para detectar incêndios

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Imagem: Ricardo Castelo

Projecto em teste no Gerês estará no terreno no próximo Verão. Áreas ardidas vão ser cartografadas por meios aéreos.

Depois dos bombeiros ou dos helicópteros pesados, surgem agora os drones. É o mais recente trunfo para combater os fogos florestais. A GNR vai usar estes meios já no próximo Verão para detectar incêndios e cartografar áreas ardidas. O projecto, pioneiro a nível mundial, está em fase de testes no Gerês e, para já, envolve quatro máquinas não tripuladas. No entanto, o objectivo é ter na próxima época de fogos pelo menos oito a sobrevoar o Parque Nacional da Peneda-Gerês.

A iniciativa, criada através de um protocolo com uma empresa portuguesa que fabrica aparelhos aéreos não tripulados, a Tekever, deverá ter um custo de 3 milhões de euros, financiado com dinheiros comunitários. Haverá ainda uma componente nacional assegurada pelas autarquias da região do Gerês.

O investimento engloba, segundo o major–general Rui Moura, da GNR, não só a aquisição dos drones, mas também dos respectivos sistemas de telecomunicações, carros equipados e as despesas de formação dos militares. Os quatro aparelhos com que a Guarda está a desenvolver os testes pertencem por enquanto à Tekever, até chegarem as verbas para financiar o arranque do projecto.

A GNR concebeu um conceito de operações para dois tipos de aparelhos: as águias (drone com cerca de quatro metros de largura e uma autonomia de voo de até oito horas) e os falcões (mais pequenos e que podem voar até duas horas seguidas). Os dois modelos podem ser lançados em qualquer ponto do Gerês e vão ser operados e controlados a partir de um centro de comando instalado em Arcos de Valdevez, no coração do parque.

No terreno, os militares vão ter viaturas equipadas com catapultas móveis – para ajudar no lançamento dos falcões – e preparadas para operar as águias. O sistema permite que os vídeos recolhidos pelos aparelhos sejam enviados em tempo real, não só para o centro de comando, mas para qualquer ponto do país através da internet. “Permitem assim a partilha de informação em streaming entre a GNR, os bombeiros e todas as entidades envolvidas no combate ao incêndio”, explica Rui Moura.

As equipas do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da Guarda, que intervêm na primeira linha de combate aos incêndios florestais, também vão ter acesso às imagens em tempo real, através de tablets.

Ionline

 

About author

Sérgio Cipriano

Natural de Gouveia e licenciado em Comunicação Multimédia pelo Instituto Politécnico da Guarda. Ingressou nos bombeiros com apenas 13 anos de idade e hoje ocupa o cargo de sub-chefe. É um dos fundadores da Associação Amigos BombeirosDistritoGuarda.com e diretor de informação do portal www.bombeiros.pt, orgão reconhecido pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social.