
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses disse, esta sexta-feira, que a condenação dos dois autores dos incêndios florestais na Serra do Caramulo, que provocaram a morte a quatro bombeiros, foi a “mais pesada” de sempre.
Os dois homens acusados da autoria dos incêndios florestais na Serra do Caramulo no verão do ano passado, que provocaram a morte de quatro bombeiros, foram condenados a 18 anos e 12 anos de prisão.
O tribunal coletivo de júri considerou provado que, na noite de 20 para 21 de agosto de 2013, Luís Patrick e Fernando Marinho andaram de mota pela serra a atear vários focos de incêndios.
“Foi a aplicação mais forte e mais dura. Acho que isso dá uma esperança para o futuro, demonstrando que a justiça está atenta e aplica as penas quando as deve aplicar e com a rigidez que elas devem ter”, adiantou Jaime Marta Soares.
O presidente da LBP recordou que, antigamente, quem praticava o crime de incêndio florestal ficava “quase sempre impune”, uma situação que era frequente.
“De alguma forma sentimos que foi feita justiça. Esperamos que esta condenação seja dissuasora e que leve os incendiários a pensarem duas vezes antes de praticarem este crime, que ceifa vidas e haveres da sociedade portuguesa”, sustentou.
Jaime Marta Soares disse ainda que a condenação “foi um dia muito importante para os portugueses na salvaguarda” do património florestal.
A Justiça condenou hoje Luís Patrick, que durante o julgamento disse nada ter a ver com os incêndios, a uma pena única de 18 anos de prisão e Fernando Marinho, que contou ter sido o amigo a atear os incêndios de Alcofra e de Meruge e ele o de Silvares, teve uma condenação a 12 anos.
Os dois estavam acusados, em coautoria, de um crime de incêndio florestal, de quatro de homicídio qualificado e de 13 de ofensa à integridade física qualificada, mas a qualificação foi alterada, por não ter ficado provado que tenham agido dolosamente.
(Fonte: JN)