O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) disse este sábado que é tempo dos políticos dizerem “clara e frontalmente” o que querem dos bombeiros e pediu a Marcelo Rebelo de Sousa que defenda o património das associações humanitárias.
Já dirigindo-se ao Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da LBP fez um pedido que mereceu aplausos de toda a audiência.
“Senhor Presidente da República, não deixe que destruam o património das associações humanitárias”, disse.
Com o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, também na mesa do congresso, António Nunes dirigiu um recado à classe política.
“É tempo dos políticos portugueses dizerem clara e frontalmente o que querem para os bombeiros de Portugal. O que querem e quais as missões que lhes querem atribuir sem ambiguidades ou falsos cenários”, disse.
Antes, os apelos e mensagens foram dirigidos às associações, dirigentes e bombeiros presentes, aos quais pediu “união”.
Já à sociedade, o presidente da LPB fez um pedido: “Apoiem os bombeiros, as associações humanitárias e os dirigentes associativos”.
No congresso da LBP estão em debate os principais problemas que afetam as corporações de bombeiros voluntários e do qual sairá uma moção a exigir ao poder político a sua resolução.
Em declarações à agência Lusa, em antecipação a este congresso, António Nunes disse sentir que “os bombeiros não estão a ser tratados adequadamente”.
Além da antiga reivindicação da LBP, que passa por exigir um comando de bombeiros autónomo da ANEPC, a Liga vai também debater a necessidade urgente de criação de uma carreia e de um estatuto dos bombeiros.
“Os bombeiros não têm atualmente uma carreira nem um estatuto, mesmo aqueles que dentro dos bombeiros voluntários são profissionais, como é o caso dos que pertencem às Equipas de Intervenção Permanente”, disse António Nunes, sublinhado que é necessário criar as condições para que a carreira seja atrativa.
António Nunes alertou que os bombeiros têm atualmente cerca de 1.200 viaturas com mais de 31 anos para combater incêndios e que há ambulâncias do INEM distribuídas aos corpos de bombeiros com mais de 10 anos e algumas com um milhão de quilómetros.
Fonte: Jornal o Observador