Governo dos Açores e municípios discutem novo modelo de financiamento dos bombeiros

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O Governo Regional dos Açores iniciou conversações com a associação de municípios da região para encontrar um modelo de financiamento conjunto para as associações humanitárias de bombeiros.

“Estamos a envolver todos os intervenientes no processo: a associação de municípios, o Governo Regional, o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores e a Federação de Bombeiros, para que, com a reflexão conjunta de todos, se encontre um modelo de financiamento que garanta estabilidade e a existência das associações”, adiantou o secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses.

O governante, que tutela a Proteção Civil nos Açores, falava, em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, à saída de uma reunião com o presidente da Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores (AMRAA), José António Soares, autarca da Madalena, na ilha do Pico.

Segundo Clélio Meneses, as associações de bombeiros dos Açores deparam-se com “problemas de financiamento”, mas a responsabilidade por estas associações é “tripartida” entre os sócios, os municípios e o Governo Regional.

“Identificando as responsabilidades, pretendemos, de facto, identificar caminhos de consenso que garantam a subsistência das associações de bombeiros”, explicou.

O executivo açoriano espera que “até ao final de março” haja “um primeiro documento de identificação de necessidades e de soluções”, que depois “será trabalhado em termos legislativos para consagrar a estabilização do financiamento das associações”.

“Deparamo-nos com associações que têm maior capacidade de recolher receita, municípios que apoiam de formas muito distintas as várias associações e tudo isto cria dificuldade. Nada melhor do que haver uma concertação de esforços de todas as entidades, para que tenhamos melhores condições para dar a resposta de proteção civil”, vincou.

Clélio Meneses sublinhou que, da parte do Governo Regional, “tem havido um esforço muito significativo para reforçar o financiamento das associações de bombeiros”.

“Só ao nível do transporte urgente de doentes, de 2021 para 2023, houve um aumento de 1,5 milhões de euros, porque temos a consciência da necessidade de haver aqui um reforço do apoio financeiro às associações de bombeiros, que desempenham um papel fundamental e não podemos correr o risco de pôr em causa a sua existência”, apontou.

O presidente da AMRAA reconheceu a importância da criação de um grupo de trabalho para encontrar “as melhores soluções” para que os bombeiros, “fundamentais” na segurança e na proteção da população, “possam realmente ter condições para exercerem melhor o seu trabalho”.

José António Soares salientou, no entanto, que nem todos os municípios “têm a mesma condição de apoio”.

“Existem municípios maiores, municípios mais pequenos, municípios com mais limitações, por isso é claro que os municípios não podem apoiar as associações na mesma medida. O que se pretende nesta altura é que, de uma vez por todas, possamos organizar e saber o que é que cada um pode contribuir, o que é que cada um pode dar mais”, frisou.

(Fonte: Açoriano Oriental)

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Daniel Rocha

Nasceu na Guarda. Para além da vida de professor, dedica-se a muitas outras actividades. A sua ligação e gosto pelo mundo da imprensa levaram-no a ser colaborador da Rádio Altitude (Guarda) e do jornal Notícias de Gouveia (Gouveia).