Chamas destroem carros e ferem 10 bombeiros em Miranda do Douro e Boticas

0
Imagem: Publico.pt

Imagem: Publico.pt

Cinco bombeiros ficaram esta quinta-feira feridos, dois com gravidade, no combate a um incêndio que lavra em Cicouro, Miranda do Douro. Em Boticas, outros cinco bombeiros sofreram ferimentos, ligeiros, no caso. Nas duas situações, os carros em que seguiam arderam.

O presidente da Câmara de Miranda do Douro confirmou que foi consumida pelas chamas uma viatura pertencente ao corpo de Bombeiros de Miranda do Douro. O autarca dizia a meio da tarde que havia seis bombeiros feridos, mas segundo o comandante da corporação, Luís Martins, foram cinco as vítimas. Dois deles estão com prognóstico reservado e vão ser helitransportados para o Hospital de São João, no Porto, explicou este responsável.

Os bombeiros foram surpreendidos numa mudança brusca de vento e ficaram encurralados no meio do fogo, entre Cicouro e São Martinho de Angeira, junto à fronteira com Espanha, contou à agência Lusa o comandante Luís Martins. Segundo a página da Proteção Civil, o incêndio foi dado como dominado às 19:51 mas mantêm-se no local 145 homens, apoiados por 27 veículos operacionais.

Num acidente similar, um carro de combate a incêndios dos Bombeiros de Salvação Pública de Chaves ardeu hoje durante o combate ao fogo que lavra em Boticas desde as 11h38, provocando ferimentos ligeiros a cinco bombeiros, informou à Lusa fonte da corporação. A equipa dos cinco bombeiros sofreu “queimaduras ligeiras” sem gravidade, mas ficou “extremamente afectada psicologicamente” pelo incidente que ocorreu cerca das 16h, acrescentou a fonte. O carro era o mais antigo da associação e ficou “completamente” destruído pelas chamas.

Neste caso, o incêndio está a lavrar nas zonas de Sapiãos e Sapelos, em Boticas, no distrito de Vila Real, e tem quatro frentes activas. No combate às chamas estão 128 bombeiros, 33 viaturas e dois aviões bombardeiros. Para o fogo foi ainda accionado o Grupo de Reforço para Combate a Incêndios Florestais do Porto e de Braga e uma equipa do Grupo de Análise e Uso de Fogo. Neste momento, não há habitações e pessoas em perigo, segundo os bombeiros.

Segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil, mais de 400 bombeiros estão hoje à tarde a combater quatro incêndios, em Penedono, Moimenta da Beira, para além de Boticas e Miranda do Douro. O incêndio que deflagrou às 13h35 na localidade de Castelo, concelho de Moimenta da Beira, no distrito de Viseu, e que tem quatro frentes activas, é o que está a mobilizar mais meios, segundo dados recolhidos às 16h45.

Neste último concelho, o vento forte está a dificultar o combate às chamas, que ameaçaram algumas povoações, disse à agência Lusa o comandante dos bombeiros locais. Em declarações prestadas cerca das 18h30, o comandante José Requeijo explicou que “há muito vento no local, forte,” e “muitos focos de incêndio dispersos”. “Estamos com quatro frentes activas que ameaçaram as povoações de Nagosa, Castelo, Granja do Tedo e Longa. Continuamos ainda a fazer defesa de algumas habitações, mas o perigo está a passar”, contou.

Segundo José Requeijo, há também “muito fogo na serra, com muita extensão e a arder com intensidade”, não podendo ainda ser feitas previsões de quando a situação poderá melhorar. A Protecção Civil refere que se encontram no local 247 bombeiros, quatro elementos dos Sapadores Florestais e três do Grupo de Análise e Uso de Fogo, apoiados por 70 veículos e três helicópteros bombardeiros.

No mesmo distrito, o incêndio que teve início às 12h26 em Castainço, no concelho de Penedono, tem três frentes activas, mas está a evoluir favoravelmente. O comandante dos bombeiros de Penedono, António Nogueira, explicou à Lusa que o fogo anda “junto à zona industrial, que está em construção, não tem lá nada, só estão a fazer as infra-estruturas de água e saneamento”.

António Nogueira contou que o fogo “lavrou de Castainço para Granja de Penedono”, onde se situam as minas de ouro de S. António, o que foi “um bocado complicado, porque não se podia meter lá gente por causa dos poços”. “Foi deixar arder. Felizmente as casas não correram riscos, porque os bombeiros estavam lá a protegê-las”, acrescentou.

Os bombeiros já conseguiram controlar uma das frentes, prevendo o comandante que as outras duas também o fiquem “dentro de três a quatro horas”. Os 123 bombeiros que estão no terreno contam com a ajuda do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da GNR, da Força Especial de Bombeiros, dos Sapadores Florestais e do Grupo de Análise e Uso de Fogo, num total de 186 operacionais. No local estão ainda 44 veículos e um helicóptero bombardeiro.

(Fonte: Público)

About author

Daniel Rocha

Nasceu na Guarda. Para além da vida de professor, dedica-se a muitas outras actividades. A sua ligação e gosto pelo mundo da imprensa levaram-no a ser colaborador da Rádio Altitude (Guarda) e do jornal Notícias de Gouveia (Gouveia).