Dois bombeiros da corporação de Borba ficaram feridos na madrugada de sábado, na sequência de uma invasão do quartel por um grupo de cerca de 20 pessoas.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, estiveram esta quinta-feira reunidos com os bombeiros de Borba, depois das agressões verificadas no quartel da cidade alentejana, que foi invadido no sábado por um grupo de 20 pessoas. Dois bombeiros ficaram feridos no decorrer dos acontecimentos.
Antes da audiência com o chefe de Estado, o presidente da Câmara Municipal de Borba, o comandante dos bombeiros voluntários e o comandante de Évora da GNR estiveram reunidos com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e a secretária de Estado para a Integração e as Migrações, Cláudia Pereira. Um encontro que serviu para avaliar a situação de segurança no concelho de Borba, distrito de Évora.
Num primeiro momento, Eduardo Cabrita desvalorizou o ataque ao quartel quando afirmou que “Portugal é uma referência de segurança”, tendo, no entanto, manifestado solidariedade para com os bombeiros de Borba no passado sábado.
Vai ser celebrado um contrato local de segurança com Borba
Já no encontro desta quinta-feira no Ministério da Administração Interna “resultou o compromisso, entre todas as partes, de aprofundamento do trabalho em conjunto que permita uma intervenção alargada ao nível da segurança e da integração”, lê-se no comunicado do Ministério da Administração Interna (MAI), enviado às redações.
Na mesma nota, foi revelado que este trabalho será desenvolvido no âmbito de um Contrato Local de Segurança, “a celebrar a breve prazo com o município de Borba, que envolverá as entidades com competências na área da segurança, habitação, segurança social, mediação, bem como representantes das instituições e da comunidade locais”.
Os contratos locais de segurança pretendem colocar em prática a cooperação institucional à escala local entre administração central, autarquias e parceiros locais, em interação com a comunidade, explicou ainda a nota do Ministério.
A delegação de autoridades alentejanas foi também recebida numa audiência pelo Presidente da República, durante a qual Marcelo Rebelo de Sousa “ouviu exposições acerca dos acontecimentos de que resultaram dois bombeiros feridos, assim como da determinação de todos os presentes em assegurarem a salvaguarda do Estado de Direito democrático, inclusivo e tolerante, penhor dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”, e reiterou a “importância” de “condições acrescidas para valorizar” as forças armadas e de segurança, segundo uma nota publicada no site da Presidência.
Na audiência realizada no Palácio de Belém estiveram o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, o presidente e o vice-presidente da Câmara Municipal de Borba, António Anselmo e Joaquim Espanhol, respetivamente, o comandante do Comando Territorial de Évora da GNR e o comandante da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Borba, acompanhado por outros elementos da corporação.
CDS pediu explicações ao MAI
Dois bombeiros da corporação de Borba ficaram feridos na madrugada de sábado, numa ocorrência que envolveu a invasão do quartel por um grupo cerca de 20 pessoas, segundo o comandante da associação humanitária.
Joaquim Branco adiantou que os dois bombeiros sofreram ferimentos ligeiros, um por agressão a murro e o outro devido a vidros partidos da porta principal do quartel, tendo sido transportados para o Serviço de Urgência Básica do Centro de Saúde de Estremoz.
A GNR de Borba, alertada pelos bombeiros, esteve no local a tomar conta da ocorrência, posteriormente com reforço de militares do corpo de intervenção, de acordo com o comandante dos bombeiros.
Fonte da GNR indicou à Lusa estar a investigar o caso, não existindo detenções.
A Federação dos Bombeiros do Distrito de Évora manifestou a sua solidariedade para com os bombeiros de Borba, assim como a Liga dos Bombeiros Portugueses, que repudiou estes “atos de violência”.
O CDS-PP já pediu explicações ao Ministério da Administração Interna sobre estas agressões, enquanto a Federação do PS de Évora qualificou o episódio como “um crime de enorme gravidade” e exigiu do poder judicial a “punição” dos autores.
(Fonte: JN)