O nosso mundo, ou como na generalidade se costuma dizer, a área dos Bombeiros, está cada vez mais infestada de “encantadores de serpentes”, pois só assim se explica esta letargia em que o pessoal vive.
Como que “encantados” continuamos impávidos e serenos à espera que um ou vários artistas venham a público tentar explicar alguns acontecimentos do último verão, coisa que tarda.
Na última terça-feira já tivemos um “cheirinho”, pois alguns foram convidados a assistir a uma apresentação circense (isto de estar o natal à porta, é sempre necessário aferir alguns dos truques) em que um ilusionista tentou “distrair” o público presente com um triste número de “empurra para lá” e um outro que nem sei se estaria numa de palhaço rico ou de menino da lagrima, tentou arranjar uma “mãe” para as “crianças”.
Como seria de esperar somente os elementos das claques é que efusivamente aplaudiram no fim o seu “artista”, a generalidade do público ainda continua sentado à espera de algo que verdadeiramente explique aquilo que aconteceu este verão, assim como no verão de 2012 e outros verões passados…
Na verdade neste triste espetáculo circense não existe “público”, existem um imenso número de “palhaços” que fruto do seu amor à arte, se vão entretendo e entretendo os outros, quase todos são “palhaços pobres” na grande companhia, mas são eles que na verdade sustentam todos os outros, sejam eles “ilusionistas”, “trapezistas”, “palhaços ricos” ou mesmo “domadores de feras”.
Vai haver um dia em que os “palhaços pobres” irão perceber o seu verdadeiro sentido, vão perceber que na verdade a “companhia” sem eles deixa de ter sentido, e que na verdade, eles os tais “palhaços pobres” são os “verdadeiros artistas”, eu diria os “únicos artistas”, sendo os outros meros “complementos de publicidade” (muitas vezes enganosa), que vivem de aparências e para preencher os espaços.
Com a entrada em tempo de Natal, é certo que todos os “artistas” serão chamados a dar o seu contributo, mais uma vez iremos assistir a números arrojados de ilusionismo, saltos acrobáticos dos trapezistas, feras controladas pelos chicotes dos domadores, um ou outro palhaço rico a tocar trompete, mas no fim nada de novo, os números de sempre, as piadas de sempre, o cheiro de sempre.
Certamente que nos irão dizer que só lá para o carnaval ou para a páscoa será possível alguma novidade ou algum número novo, e nós continuaremos iludidos, esperando as novidades e quando menos esperarmos já estaremos de novo às portas do natal de 2014 a assistir aos mesmos ilusionistas, aos mesmos encantadores de serpentes, aos mesmos artistas, enfim à Companhia Circense de sempre.
Cumprimentos,
António José Marques Neves Calinas
Bombeiro