A Comunidade InterMunicipal da Beira Baixa (CIMBB) reagiu, em comunicado de imprensa, às inúmeras declarações “que criticaram, veementemente, a gestão operacional da Proteção Civil nos incêndios que ocorreram neste verão”.
Num comunicado a que a Redacção do Portal Bombeiros.pt teve acesso e assinado por Joaquim Morão, em representação dos Municípios de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão, são realçadas as “várias fragilidades de desenvolvimento, que terá de recomeçar e procurar recuperar os graves prejuízos que não tiveram fim no dia em que se deram por extintos os incêndios, mas que o rescaldo dos mesmos continua a ser feito por nós, população, empresários e autarcas que teimamos em viver e investir nos territórios de interior”.
Como grandes culpados pelos inúmeros incêndios, o comunicado indica “a fraca pluviosidade verificada, o elevado grau de secura do coberto vegetal e dos solos, com Portugal em risco de seca extrema, a enorme disponibilidade de combustível lenhoso, associado a um vasto conjunto de causas e consequências que já todos conhecemos, resultou num verão muito duro e triste, onde os incêndios rurais, infelizmente marcaram o nosso dia a dia, entrando pela nossa casa sem qualquer piedade”.
Numa passagem claramente dirigida a todas as forças que estiveram empenhadas nos Teatros de Operações, é sublinhada a gratidão aos operacionais cujo “empenho dos meios humanos de combate aos incêndios florestais se revelou extraordinário. Os nossos bombeiros são, sem dúvida alguma, heróis e estão entre os mais aptos e com experiência de combate a incêndios. Os meios de combate aplicados, para quem se vê perante um cenário destes, nunca são suficientes, mas o que se verificou foi uma presença constante dos meios, sem limitações e que, pela sua pronta e rápida intervenção evitaram prejuízos ainda mais graves do que aqueles que se verificaram”.
Numa nota final que se refere às críticas à coordenação e operacionalidade no terreno, o comunicado diz que “as críticas dirigidas à Autoridade Nacional de Proteção Civil e à gestão operacional que fez dos incêndios ocorridos, nos parece injusta, sem rigor de conhecimento técnico e/ou operacional, que contém erros factuais e que coloca em causa quem tudo fez por mitigar o impacto do flagelo que nos afetou a todos nestes últimos meses. Aliás, quem conhece os teatros de operações de um incêndio, quem tem experiência e conhecimento no combate a incêndios florestais, quem esteve horas infindas a acompanhar a complexa gestão destas ocorrências, quer no terreno, quer nos postos de comando, num ano particularmente difícil como tem sido 2017, sabe que a presença de operacionais e meios de combate tem que variar em função das exigências que, a cada momento, se colocam ao combate, obrigando muitas vezes a mobilizações, reforços, desmobilização continuada de meios (humanos e equipamentos), de acordo com as necessidades que resultam da eficácia no combate ao fogo ou da proteção das pessoas”.
Dirigindo-se àqueles que se dedicaram à crítica catastrófica e demolidora dirigida aos operacionais, a CIMBB realça que perante “declarações que escutámos, maioritariamente demagógicas, sem qualquer conhecimento e responsabilidade operacional, gostaríamos de relembrar que, mesmo perante a calamidade que se viveu neste ano, quantos quilómetros quadrados de floresta foram combatidos e poupados aos fogos florestais, quantas populações e pequenos aglomerados viram os seus bens protegidos por aqueles que operacionalmente fazem o seu trabalho e bem como verificámos nas difíceis condições de incêndios com que nos deparamos”.
O comunicado termina com o “total apoio por quem sempre demonstrou uma atitude distinta e empenhada na sua atuação, que exerceu sempre as suas funções de forma competente e rigorosa num elevado espírito de missão e alto sentido de responsabilidade, nas funções que especialmente desempenhou e desempenha na proteção dos interesses e na defesa dos territórios e das populações locais. Este apoio é dirigido a todos quantos combateram os fogos florestais, desde os bombeiros operacionais ao Comando Nacional da Proteção Civil”.
(Fonte: Beira Baixa TV/ Bombeiros.pt)