
O corpo de bombeiros de Salto reagiu hoje a uma notícia do JN, quando este órgão de comunicação social publicou no seu site na Internet uma peça intitulada, “Grupo especial da GNR resgata em tempo recorde montanhistas e bombeiros no Gerês”.
Na opinião do comandante do corpo de bombeiros, a noticia não corresponde à realidade dos factos, tendo este recorrido ao artigo 37.º consagrado na Constituição, que lhes permite o direito à resposta.
O portal bombeiros.pt deixa aqui na integra o comunicado enviado à nossa redação.
COMUNICADO
Relativamente á vossa publicação online do dia 10 de Janeiro (pelas 10:44) com o título “Grupo especial da GNR resgata em tempo recorde montanhistas e bombeiros no Gerês”, ao abrigo do número quatro do artigo 37.º consagrado na Constituição, na Qualidade de Comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Salto (área de atuação onde decorreu a operação), venho pelo presente EXIGIR a retificação das referências inverídicas ou erróneas junto do autor da peça jornalística e da direção deste meio de comunicação social.
Assim, para efetivo esclarecimento da população em geral, cumpre-me dizer o seguinte:
1 – Os BOMBEIROS Não foram resgatados por elementos da GNR. Os BOMBEIROS no teatro de operações foram AUXILIADOS pelos elementos do GIPS – GNR no transporte de uma vítima em maca de resgate até às viaturas de socorro. Os BOMBEIROS e um elemento do INEM (enfermeiro da SIV de Montalegre) estiveram desde o primeiro minuto junto das vítimas. O agravamento do Estado de Saúde e Condição Física da vítima que inspirava mais cuidados obrigou a que esta fosse transportada em maca, o agravamento das condições meteorológicas no local e o desgaste físico sentido pelos operacionais levou a que fosse necessário que outros elementos subissem junto daquele ponto para auxiliar o transporte da vítima em maca de resgate. A GNR – GIPS, à semelhança de outros operacionais dos Bombeiros, foram um precioso auxilio no transporte da vítima mas, sublinho, EM MOMENTO ALGUM RESGATARAM BOMBEIROS. Auxiliaram-nos.
2 – Os BOMBEIROS nunca “ESTIVERAM EM APUROS”. Estiveram num teatro de operações de extrema complexidade, com condições metereólogas adversas, com uma missão complexa mas sempre conscientes e cientes de todas as dinâmicas da operação e do seu contorno. Estes elementos estão preparados para este tipo de intervenções, formados, em plenas capacidade físicas e psicológicas só não têm tão bons equipamentos porque, infelizmente, não têm as Associações de Bombeiros capacidade financeira para fazer um investimento ao nível do que é o profissionalismo destes operacionais. Assim, com equipamento mínimo que lhes confere segurança, estiveram sempre com total controlo da situação.
3 – No artigo lê-se que “um levado número de forças de proteção civil aguardavam pelos vários operacionais do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS)”. Queira Vexa Excelência saber que os demais Agentes de Proteção Civil aguardavam principalmente a chegada das vítimas para as assistir mas também aos Bombeiros e INEM que acompanhavam as vitimas e, no caso da mais gravosa, fizeram-no até ao último minuto.
4 – Ao contrário do que afirma, não houve Bombeiros de Fafe envolvidos nesta operação mas sim: Bombeiros de Salto, Montalegre, Terras de Bouro, Boticas, Ribeira de pena e Salvação Publica de Chaves. Acrescento, já que o senhor que escreve a peça não teve o cuidado sequer de tentar perceber, que neste TO estiveram ainda: GNR (com diferentes valências) Cruz Vermelha Portuguesa, INEM (SIV Montalegre, SIV FAFE, VMER de CHAVES e Equipa de Psicólogos) e Cruz Vermelha Portuguesa. Estiveram ainda o SMPC de Montalegre e o SMPC de Terras de Bouro com um Vereador acompanhado pelo COM do município.
5 – NENHUM, note-se bem, NENHUM Bombeiro entrou em hipotermia. Ao contrário do que avança o Jornal nenhum dos operacionais dos Bombeiros entrou em Hipotermia nem foi assistido por isso. Face a esse risco dadas as condições climatéricas, evitando que isso acontecesse, o COMANDO das operações que fez uma EXCELENTE e BRILHANTE gestão dos meios e recursos no terreno evitando, assim que isso acontecesse. A atividade de socorro importa riscos que lhe estão inerentes. Cabe a quem Comanda as operações perceber e minorar esses riscos. Neste caso em particular fizeram-no de forma irrepreensível, o que muito me honra e orgulha.
6- Para que não reste qualquer dúvida e ou haja espaço a interpretações dúbias, tenho o maior respeito, consideração e apreço pela Guarda Nacional Republicana bem como por todos os agentes de Proteção Civil. No Caso dos GIPS da GNR, especialmente os que estiveram no local sob o comando do Capitão Manuel Moreira (que pessoalmente estimo e com quem é sempre um gosto trabalhar) sou a agradecer publicamente a sua prontidão e profissionalismo. Foram, uma parte importante desta operação e um grande apoio que, publicamente, enquanto Comandante e cidadão, aproveito para louvar e agradecer.
Assim, pelo presente, pedir a publicação deste direito de resposta em condições editoriais idênticas à notícia em questão. Para terminar referir que não conheço o Jornalista em questão e que não resulta daqui qualquer mágoa ou incomodo. Ao Jornal de Noticias, do qual não sou leitor assíduo mas pelo qual tenho respeito e grande reconhecimento, agradecer o melhor atendimento a esta questão.
Salto, 10 de Janeiro de 2016
Hernani Carvalho
Comandante dos Bombeiros Voluntários de Salto