Os mais atentos departamentos jurídicos da bombeiragem portuguesa alertam para os problemas que irão decorrer do regime excepcional de dispensa de serviço público dos trabalhadores da administração pública que cumulativamente detenham a qualidade de Bombeiro Voluntário.
Sabe o «Boca» d’ Incêndio que o despacho do Conselho de Ministros n.º 49/2015 caiu como uma bomba no seio da Autoridade Nacional de Proteção Civil, pois vem colocar em causa toda a sua capacidade de coordenação nacional de operações de socorro. Um dos responsáveis pelo Departamento Jurídico na ANPC está mesmo certo de que “esta decisão pretende ser a base de implementação da futura Autoridade Nacional de Bombeiros, uma vez que evidenciará que toda a estrutura da Protecção Civil portuguesa está repleta de Bombeiros Voluntários”. A tremer de medo, adianta ainda que “o CNOS e os CDOS têm na sua estrutura 90% de funcionários que são Bombeiros Voluntários”, concluindo com uma pergunta “e se todos eles pedirem dispensa para acorrerem a incêndios florestais durante o período de 1 de Julho a 30 de Setembro?”.
Satisfeito da vida está o Presidente da confederação de Bombeiros, que pediu ao «Boca» d’ Incêndio que publicasse uma expressão misteriosa. Disse ele “Toma! E publiquem isto com destaque, por favor!”.
Já os comandantes dos Corpos de Bombeiros estão extremamente satisfeitos por esta decisão governamental, que possibilitará o reforço das equipas de primeira intervenção e que trará mais segurança às operações de socorro. À equipa de reportagem do «Boca» d’ Incêndio deixam, na sua generalidade, algumas questões que os preocupam um bocadinho “E quem fará a gestão e a coordenação das ocorrências? E quem atenderá os telefones? E quem, meu deus, servirá o cafézinho ao chefe?”
Sabe o «Boca» d’ Incêndio que já terá chegado ao CNOS algum apoio de antigos colaboradores. É o caso de Gil Martins que, a acreditar nas fontes, terá oferecido os seus serviços no campo da logística.
O «Boca» d’ Incêndio continuará a acompanhar este despacho.