Estando muito perto do final deste ano 2015 e tendo por base o Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais (DECIF) que foi concebido e implementado para o distrito de Viseu, o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS), faz um balanço muito positivo da forma como decorreu esta última época de incêndios florestais.
Na realidade, e tendo em conta as condições meteorológicas adversas registadas este verão 2015, muito quente e seco, em tudo semelhante aos anos de 2003, 2005, 2010, 2012 e 2013, quando se registaram muito mais ignições e maior área ardida, este ano foram registadas apenas 1500 ignições, o valor mais baixo dos últimos 12 anos (excluindo 2014 que foi um ano perfeitamente atípico) e 6500 Hectares de área ardida, valor aproximadamente 50% abaixo da média dos últimos 10 anos.
Assim, e tendo em conta as expectativas que este verão poderia ter sido muito mais trabalhoso e perigoso em termos de incêndios florestais, os resultados alcançados são deveras animadores, encorajadores e motivadores que sublinham e evidenciam o excelente trabalho que vem sendo realizado no distrito pelos principais agentes de proteção civil ao nível da prevenção, sensibilização e fiscalização, bem como na capacidade e qualidade da resposta no combate aos incêndios.
Para além destes valores e o seu significado, há que registar e sublinhar que o grande e principal objetivo traçado no início da época foi plenamente atingido – ZERO baixas nos operacionais envolvidos.
A nível nacional, em 2015, registaram-se aproximadamente 20.000 incêndios florestais que resultaram em cerca de 68000 hectares (ha) de área ardida.
No distrito de Viseu ocorreram 04 incêndios com mais de 500ha e os concelhos mais afetados foram Mangualde com 2645ha, Cinfães com 803ha e Viseu com 767ha.
Os 05 maiores incêndios registados foram os de Contenças de Baixo/Mangualde, com 984ha, de Abrunhosa-A-Velha/Mangualde com 832ha, Cubos/Mangualde com 679ha, Quintãs/Viseu, com 574ha e Lourosa/Sernancelhe com 300ha, correspondendo a 53% do total da área ardida.
Os Concelhos com maior número de ignições foram os de Cinfães com 280, Viseu com 186, Resende com 129 e Castro Daire com 115 ignições.
Estes concelhos encerram assim a maior preocupação no que respeita ao número de ignições do distrito, estando a ANPC/CDOS Viseu e as Camaras Municipais respetivas determinados e empenhados em, conjuntamente com a GNR, Policia Judiciária, Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) /Sapadores Florestais, Bombeiros e Juntas de Freguesia, reforçar as ações de sensibilização e fiscalização nestes Concelhos, com o objetivo de reduzir estes números.
Em 2015, Viseu constituiu o maior dispositivo a nível nacional, tendo atingido o seu auge no mês de Agosto, com disponibilidade diária e permanente de 64 Equipas de Combate a Incêndios (ECIN) e 21 Equipas Logísticas de Apoio ao Combate (ELAC), num total de 362 operacionais/bombeiros e 85 viaturas. Com os elementos do GIPS/GNR e Equipas de Sapadores Florestais, mobilizou um total 640 operacionais e 145 viaturas.
Sempre que a situação operacional no distrito o justificava, a ANPC/CDOS Viseu em colaboração e coordenação com Bombeiros, GNR (Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente – SEPNA e Grupo de Intervenção Proteção e Socorro – GIPS), PSP, Polícia Judiciária, Exército, INEM, Técnicos do ICNF, Equipas Sapadores Florestais, Serviços Municipais de Proteção Civil- SMPC e Gabinetes Técnico Florestais – GTF das Camaras Municipais e outros agentes de proteção civil, promoveram e efetuaram um trabalho conjunto e em rede para que a resposta às situações perigo, proteção e socorro das populações fosse o mais rápido, eficaz, eficiente e abrangente possível.
Os seis (06) meios aéreos que estiveram posicionados e disponíveis foram constituídos por três (03) Helicópteros Médios e Ligeiros de Combate a Incêndios, um Helicóptero Pesado/Kamov e dois (02) Aviões Anfíbios Médios – Fire Boss, divididos pelos Centros de Meios Aéreos de Viseu, Santa Comba Dão e Armamar.
Também este ano e no seguimento do procedimento adotado o ano passado, sempre que foi implementado o Estado de Alerta Especial (EAE) para o distrito de Viseu, ou seja nos períodos de maior probabilidade de ocorrência de incêndios florestais, procedeu-se ao pré posicionamento de meios através de 02 Grupos de Combate a Incêndios Florestais (GCIF), um a norte e outro a sul do distrito, garantindo maior rapidez e capacidade de intervenção nos incêndios onde foram chamados a atuar.
De destacar que em 2015 os Bombeiros do distrito de Viseu, para além do combate aos incêndios florestais no nosso distrito, foram mobilizados e enviados para ajuda aos incêndios nos distritos de Viana do Castelo, Coimbra, Guarda e Castelo Branco, constituindo dezasseis (16) Grupos de Reforço a Incêndios Florestais (GRIF), num total de 480 bombeiros e 120 viaturas. Este facto constituiu-se como uma situação inédita e invulgar pois tal nunca tinha acontecido. Viseu também está presente em força no auxílio e prestação de socorro a outros distritos de Portugal.
Para 2016:
O objetivo é continuar a apostar nas campanhas de sensibilização junto populações, nas ações de fiscalização e na prevenção, no sentido de alertar as pessoas para a necessidade de evitarem comportamentos de risco e cumprirem com a legislação em vigor, com o objetivo de reduzir o número de ignições e consequentemente o número incêndios e área ardida;
Incentivar e promover a manutenção e limpeza da floresta por parte dos cidadãos e entidades responsáveis pelos terrenos;
Reforçar a aposta numa cultura de segurança junto das escolas e dos mais jovens, fazendo com que as boas práticas se enraízem cada vez mais na sociedade portuguesa e tornar a população cada vez mais alertada, envolvida e participativa para a causa da Proteção Civil;
Continuar a promover e monitorizar a formação e treino operacional dos Bombeiros, principalmente no que respeita à segurança permanente das forças – principal objetivo da ANPC – mas também a sua ação no combate aos incêndios florestais, pois atualmente já se verifica uma evidente melhoria na organização dos meios no terreno, maior eficiência no combate e melhor qualidade nas tomadas de decisão.
Para finalizar este balanço um sincero e profundo agradecimento e reconhecimento a todos aqueles que contribuem diariamente para a causa da Proteção Civil, destacando naturalmente os Bombeiros que, pela sua dedicação, voluntarismo e espírito altruísta constituem o símbolo máximo da solidariedade, do humanismo e da cidadania no apoio e prestação de socorro às populações.
In CDOS Viseu